Cinema brasileiro nos últimos 20 anos: 2012-13 (Parte 8)
Com a aproximação dos tempos atuais, o cinema de gênero e os longas nordestinos começam a ganhar espaço. Uma obra, em especial, será comentada na próxima parte. Porém, o nome de Kleber Mendonça Filho se destaca.
Apesar desse crescimento no lado mais alternativo, o circuito comercial ainda estava a pleno vapor, principalmente no quesito de comédia – algo que já foi comentado anteriormente. Para se ter uma ideia, nesses dois anos as maiores bilheteria no território nacional foram: Os Penetras, E Aí… Comeu?, Até que a Sorte nos Separe, De Pernas pro Ar 2, Vai que dá Certo, Meu Passado me Condena e Minha Mãe é uma Peça.
Para mais da própria Globo Filmes, as adaptações cinematográficas de peças teatrais cômicas fazem extremo sucesso, com maior prevalência da produção de Paulo Gustavo, que foi a última citada.
O Nordeste
Várias obras cinematográficas poderiam ser citadas aqui, mas O Som ao Redor talvez seja a maior delas. Não pela sua qualidade ou repercussão, mas sim no quesito de falatório internacional e por ser um estopim nordestino. A direção de Mendonça Filho vai para caminhos cotidianos, mas abrindo espaço no quesito das tensões.
O lado político não pode ser esquecido, até porque o nome do comandante se envolveu em uma grande polêmica no seu longa consecutivo. A disputa entre classe média e classe pobre cria um universo quase interno para dentro da trama, mesmo que refletindo diversas realidades e acontecimentos do dia a dia. A questão racial também é importante, mesmo que pouco falada. Sua importância está mais em possíveis interpretações para a história.
Além do drama e suspense, as piadas também realizam seu espaço dentro dessa região brasileira, com um sucesso absurdo de crítica e público. Se trata da obra de Halder Gomes, Cine Holliúdy, que realizou uma brincadeira sobre o sotaque de Fortaleza e gerando uma bela homenagem ao cinema, trazendo lembranças até do clássico italiano Cinema Paradiso.
Uma nova retomada?
De 2013 em diante, a quantidade de estouros comerciais diminuiu nitidamente, entretanto cada vez mais longas brasileiros foram extremamente bem falados pela crítica mundialmente. Ademais, películas trouxeram novas observações e olhares para o território verde e amarelo, trazendo uma áurea do cinema novo e da retomada de volta.
Isso se refletiu não só apenas para os estudiosos e críticos cinematográficos, mas também gerando uma nova forma do público observar o cinema nacional.