Guardiã – A Detetive do Sobrenatural e Ember – A Lenda de Krill, da Avec Editora
A Avec Editora vem fazendo um grande sucesso nacionalmente com alguns lançamentos fora do padrão do mercado, mas com uma qualidade artística absurda. Entre eles, estão lançamentos com Roy Thomas (que já trabalhou em Conan) e o sueco Kim W. Anderson (escritor de Alena). A editora nos enviou, assim, alguns desses excelentes quadrinhos e aqui vamos falar um pouco sobre dois deles:
Ember – A Lenda de Krill
Storm é uma das séries de quadrinhos de ficção-científica mais famosas da história, aonde Don Lawrence e Martin Lodewijk criaram um mundo pós-apocalíptico jamais visto. Em uma dessas tramas, foi a vez de uma personagem feminina ganhar espaço. Com o nome de Ember, a bárbara Ruiva se mostrou algo completamente novo na indústria da nona arte.
Em 2014, a heroína pôde ganhar de vez uma HQ para chamar de sua, com uma dupla criativa incrível, começando a gerar expectativa nos fãs. Roy Thomas estava na parte dos roteiros (simplesmente autor de Conan e Red Sonja) e a arte contava com o enorme talento de Romano Molenaar (Detective Comics). O lançamento em 2016 pela Avec veio bem próximo e de uma maneira perfeita.
A trama se passa antes da personagem se encontrar com Storm. Com uma idade pouco avançada, a jovem Ember se mostra com o objetivo de se tornar uma grande guerreira, ao invés de se conformar como apenas mais uma mulher da vila. Ela e seu lugar natal acabam sendo atacados por uma tropa do rei Raghus, que a leva como prisioneira e mata seus pais. Sendo assim, ela vai em busca de vingança e também se mostrar como uma intensa lutadora.
A narrativa que se segue lembra muito certas histórias de Conan e Xena, com aquele lado bárbaro extremamente intenso e que folheia todo o pano de fundo, mas uma história simples e bem linear – as quase 50 páginas, também, pouco dão espaço para um maior desenvolvimento. Talvez a maior virtude de Thomas seja em formar bases de um universo incrível, além de realizar constantes homenagens de onde a personagem veio. Mesmo assim, o maior problema acaba sendo esse pouco tempo, já que o leitor se torna tão instigado naquela aventura, que quer saber mais do que vem pela frente.
Romano possui uma arte sensacional e que combina muito, principalmente nos traços de cada um dos personagens. Além disso, a sequência de quadros lembra perfeitamente um filme, de tão verossímil e bem detalhada que mostra-se ser.
Ember – A Lenda de Krill é um incrível quadrinho, que merece ser lido e revisitado várias e várias vezes. Possui grande perfeição, mesmo que comum de histórias do mesmo gênero. Mesmo assim, nada tira o mérito aqui, que se mostra um dos melhores lançamentos do estilo de histórias bárbaras dos últimos anos.
Nota: 4,5/5
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Guardiã – A Detetive do Sobrenatural
Imagine uma mistura de Sherlock Holmes com Harry Potter e filmes B dos anos 80. Bem, é isso que a personagem Guardiã passa com suas histórias e aventuras, e aqui, nessa HQ, não é diferente. Com três curtos contos, a trama se mistura com questões investigativas e fatores sobrenaturais de uma maneira extremamente divertida.
Dentre as três histórias presentes, todas possuem um mesmo fator base. Excelentes inícios, belíssimos desenvolvimentos, mas uma finalização extremamente explicativa. O roteirista Robbert Damen – que também é o desenhista – sabe muito bem como criar uma trama divertida e totalmente intrigante para quem lê. A todo momento queremos saber qual será o próximo passo que a protagonista irá fazer e também quem é o culpado. Mas, quando toda a resolução acontece, ela acaba por ser muito simplória e com o vilão sempre dizendo qual era seu plano.
Na arte, Damen cria uma atmosfera que mistura o extremo colorido com tons muito obscuros e sombrios da Guardiã. Sua arte sequencial também é muito boa, aonde ele prefere deixar muitos planos abertos e buscar sempre a geografia de cada uma das ações.
Guardiã – A Detetive do Sobrenatural é outro grande trabalho editorial da Avec, mas em uma trama não tão boa assim. Mesmo divertindo o público e possuindo um grande lado nos desenhos e na colorização, não é a melhor narrativa do mundo, mas também não é a pior. É um quadrinho que vale muito mais pelo seu lado divertido do que realmente diferente.
Nota: 3/5
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