SHE IS COMING: A nova fase de Miley Cyrus

Coberta de polêmicas sobre as mudanças de seu estilo musical, Miley Cyrus lança seu mais novo EP assumindo uma persona mais agressiva, sincera e, como a própria diz, nasty*. Não que qualquer uma dessas coisas fossem novidades para ela, considerando sua sempre sinceridade sobre o que estava passando no momento e passando isso pela sua música. E isso junto com uma sonoridade mais pop rock, com influencia do trap, hip hop e até drag music, o SHE IS COMING ganha vida.

Abrindo com “Mother’s Daughter”, a cantora coloca a capa de bad girl e lembra o que fez no seu álbum Can’t Be Tamed, porém buscando uma maior maturidade. Já anunciada como lead single do projeto, pode se esperar um clipe futuramente, definindo de vez a estética que vai seguir. É a melhor faixa de longe e abre com maestria a nova fase da artista.

Se “Mother’s Daughter” lembrava Can’t Be Tamed, “Unholy” lembra a fase Bangerz. O momento mais icônico da artista é lembrado aqui com versos como “Tô um pouco bêbada, eu sei; Vou ficar chapada pra caramba”. Quase um interlude, a música nada mais é que Miley querendo se divertir. Assim como a sucessora, “D.R.E.A.M. (Drugs Ruled Everything Aroud Me)”. Mas essa trata do assunto de uma forma mais triste, onde ela canta sobre um momento de vida dela onde as drogas tinha tomado controle de tudo. A música é ao mesmo tempo triste e nostálgica. O verso do Ghostface Killah finaliza a faixa de forma diferente e necessaria.

Outra participação é a da drag queen RuPaul. “Cattitude” grita drag music e até conseguimos entender o shade leve em Nicki Minaj, afinal, the library is open*! Ela não se leva a sério, é divertida e entretem quem está ouvindo. É um boa quebra nas canções propostas, mas sem perder a estética sonora do album.

E, diminuindo o ritmo, entra a gostosa “Party Up The Street”, produzida pelo antigo colaborador dos albuns da Miley, Mike Will Made It, e com Swae Lee, um dos rappers mais populares do momento. Como feat., Mike Will falou que só conseguia descrever a faixa com “Parece com água” e foi acertivo demais. É lenta, gostosa e refrescante. Diferente para o EP, mas tem seu lugar. Assim como “The Most”, na qual remete ao trabalho anterior da cantora, o Younger Now. Com certa influencia country, a cantora aparece romântica no final ideal do EP.

O novo projeto de Cyrus vai incluir mais três EPs, que juntos formarão o novo album de Miley. É inteligente apostar nesse formato para a Era dos Streammings, considerando que ela não conseguiu se adaptar muito bem com o Younger Now. Contudo, é um bom EP, bem coeso e um excelente ponto de partida para novos rumos sendo tomados.

*Nasty literalmente significa desagradável, mas também pode significar algo como safada.

*The library is open é uma expressão comum na comunidade de drag queens usada para um momento onde as queens podem “ler” uma as outras, ou seja, fazer ofensas de forma debochada, mas, claro, como piada. É uma tradição que tenha um episódio de RuPaul’s Drag Race em que as participantes façam isso.

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