“Eu senti que ela me reconheceu”, diz fã de Florence que interagiu com cantora nos dois últimos shows no Brasil

No dia 28 de maio de 2023, Paulo Soares, de 26 anos, viveu uma espécie de sonho pela segunda vez. Fã da banda Florence + The Machine, especialmente da cantora que dá nome ao grupo, Florence Welch, ele foi até o festival MITA, no Rio. Por lá, durante a apresentação, teve contato com a artista pela segunda vez em sua vida. A anterior? Em 2016, no Lollapalooza, a última vez em que a banda esteve no Brasil para uma apresentação.

“Ela passou correndo e olhou para mim como se dissesse ‘você, eu lembro’. Parou na minha frente e começou a cantar, fez carinho no meu rosto, encostou a cabeça na dela. Quando percebi que parecia realmente que ela tinha me reconhecido. Eu tentei muito me controlar, mas foi uma explosão de sentimentos”, conta ele em entrevista ao Senta Aí. “Depois de tantos anos ela me reconhecer de alguma maneira, foi inacreditável. Parecia que só tinha eu e ela ali”.

Claro que não tinha. Mas com certeza todos que estavam presentes no Jockey Club Brasileiro, na Zona Sul do Rio, queriam sentir um pouco do que Paulo sentiu. Ele ainda conta que Welch fez uma espécie de devolução. Na apresentação de 2016, ele entregou a ela um cordão. Agora, em 2023, recebeu um coração, que havia sido entregue de um outro fã anteriormente: “foi como se ela estivesse me retribuindo”.

Paulo Soares acompanha o Florence + The Machine desde 2015. Ele relata que já tinha ouvido algumas músicas anteriormente, como “Dog Days are Over”. Contudo, foi nessa época que começou a se aprofundar, logo que How Big, How Blue, How Beautiful foi lançado. Soares afirma que era um período de transição e de dificuldades em sua vida. Ele estava começando a faculdade e tentando aceitar a própria sexualidade, então contou com a ajuda das letras da artista. Inclusive, até recorda do dia em que voltou de uma aula chorando, ouvindo “Shake it Out”.

Dessa forma, chegou em 2016 e o então estudante já era fã da banda. Estagiário e sem dinheiro, participou de todas as promoções possíveis para ir até show no Lollapalooza. Até que conseguiu, mas foi para o sábado e não domingo, quando eles se apresentariam. Depois de fazer uma troca com outra pessoa, chegou na noite anterior a apresentação até o local do festival, encontrando apenas alguns conhecidos da internet.

No primeiro show de sua vida, Paulo já viveu o momento marcante. Muito cansado depois de ter ficado o dia todo em pé, ele percebeu que Florence já olhava em sua direção e, assim que desceu no palco, foi direto até ele. “No momento, eu só tentei não passar mal e nem perder o controle. Era meu sonho se tornando realidade. Consegui sentir o cheiro, cabelo e olhar no rosto dela. Foi uma hipnose”, relembra.

Depois de algum tempo, viveu uma ansiedade e receio de não saber se conseguiria ver Florence + The Machine novamente. Sem anúncios de discos por um tempo, a sensação era que, para assistí-los, teria que ir para fora do país. Contudo, com o lançamento de Dance Fever, em 2022, e a divulgação de uma turnê. As esperanças voltaram. Com o anúncio do nome no MITA, as coisas viraram ainda mais realidade.

“Minha cabeça não parava de pensar que eu ia ver a Florence de novo. No dia que as vendas abriram, bateu aquela ansiedade, eu fiquei muito nervoso. Nesse tempo todo até o show, aliás, eu ficava vendo vídeos da turnê, imaginando qual iriam tocar”, relata.

Ele chegou 5 horas da manhã no Jockey Club e já buscou lugar próximo da grade. Conta, inclusive, que viu a cantora nos bastidores da apresentação da HAIM antes e chegou a dar tchau, com ela retribuindo. Porém, quando começou a performance por si só, sentia que tinham olhares em direção a ele, como se ela recordasse de alguma coisa. Em “King”, segunda do setlist, Paulo afirma que viu um sorriso dela em sua direção. Quando a artista desceu do palco, ela foi para outra área, mas, ao voltar correndo, o encontrou. Cantou “Prayer Factory” praticamente para ele, ali.

Em 2016, Paulo Soares conta que estava com um celular muito velho e, por isso, pouco viu da repercussão. Ao longo dos anos, chegou a mandar mensagem para Florence e outros integrantes do grupo, porém com pouquíssimas respostas. Dessa vez, com maior acesso as redes sociais, viu a repercussão muito grande, com muitas pessoas vindo falar com ele. Novamente, tentou contato com a cantora e outros membros, porém sem grandes respostas.

Agora, ele vai até o show do MITA em São Paulo, assistir a sua terceira apresentação. “Vou tentar chegar bem cedo para pegar a grade, vamos ver como vai ser”, comenta. Quem sabe não é uma terceira vez que Paulo e Florence vão se encontrar de pertinho.

Comentários