A Aventureira nos cinemas
Lançada em 14 de agosto de 2000, Dora: A Aventureira foi transformada em um marco das animações da Nickelodeon. Apesar do canal ter perdido um pouco de sua relevância em um cenário das novas animações, no início do século XXI a disputa se dava, basicamente, com o Cartoon Network. Dora era um dos carros chefes da produtora, apostando em uma correlação forte com o público infantil – especialmente pela quebra da quarta parede – e um caráter educativo fortíssimo.
A história era bastante básica: Dora andava com seu amigo, o macaco Botas, onde tinham uma situação complicada para resolver. Através de pedidos de interação com a audiência, eles realizavam diversas ações para resolver a problemática. Essas, poderiam variar desde pegar um mapa até usar alguns instrumentos. O objetivo era trazer quem estivesse assistindo para junto da trama, se envolvendo com cada um dos atos.
Em entrevista ao canal americano althentik, Eric Weiner, um dos criadores da série, revelou que houve uma exibição teste com executivos e crianças para ver como seria o comportamento com a obra.
“Nós começamos a mostrar a história e era uma história sobre Botas perdendo suas botas no rio. Uma pessoa na produção tinha sugerido isso”, conta. “Eu pensei ‘isso não chama tanta atenção assim’. Mas foi tão relacionável com as crianças que o momento que as botas caíram, elas ficaram impressionadas. Elas não estavam na sala mais, mas sim no rio acompanhando tudo”.
Weiner não foi o único a elaborar toda a ideia. Além dele, Chris Gifford e Valerie Walsh Valdes foram os responsáveis por toda a concepção. Apesar de não imaginarem, a obra criada por eles se transformaria em um imenso sucesso de público não apenas nos Estados Unidos, mas mundialmente.
A produção do live-action
No ano de 2017, foi feito um acordo entre os produtores para realizar, finalmente, a primeira versão live-action da personagem. Possuindo uma grande força financeira, além de alguns longas realizados para tv em animação (e até um spin off com o personagem Diego), tudo parecia vir naturalmente. Até a direção naquele período já estava definida, com James Bobin, responsável por Alice Através do Espelho, de 2016. Nicholas Stoller e Danielle Sanchez-Witzel teriam sido contratados, em complemento, para escrever o roteiro. Por fim, a produtora Platium Dunes, do cineasta Michael Bay, também estaria envolvida.
Apesar desses ventos positivos, em agosto do ano seguinte, Bay revelou que a sua produtora não estariam envolvidos e esse primeiro relatório todo era falso. Bom, se era realmente ou não provavelmente nunca iremos saber. A questão é que a direção e o roteiro realmente ficaram a cargo dos primeiros nomes. Ainda foi revelado, por volta dessa época, uma pequena sinopse trilhando o caminho claro de aventura para a produção.
Em maio de 2018, ou seja, um pouco antes dessa mudança, a atriz Isabela Moner foi escalada para o papel principal. A partir desse ponto, outros grandes nomes começaram a ser confirmados como Benicio Del Toro, Eugenio Derbez, Michael Peña, Madeleine Madden e, mais recentemente, Danny Trejo.
A idade de Isabela – apenas 18 anos – parecia ser o ideal para a faixa etária buscada. Em uma trama infantil, porém na qual demonstrasse um maior crescimento da personagem principal. Inclusive, a base parece vir bastante da animação mais recente de Dora, divulgada em 2012, na qual a demonstrada um pouco mais velha. Bom, isso só deverá ser revelado mais claramente quando o filme estrear, em agosto nos Estados Unidos e dia 17 de novembro no Brasil.
Em um período de grande relevância do debate sobre o papel feminino na sociedade, o longa deverá ter uma toada similar. Isso não apenas nas questões mais diretas sobre a protagonistas, mas também sobre sua inteligência, algo que deverá ser bastante explorado segundo Moner.
“A comunidade peruana vai virar! As aventuras de Dora levarão o público a Machu Picchu, onde explorarão a cultura inca. Eu tive que aprender Quechua para falar no filme porque Dora é muito culta e ela sabe tudo sobre tudo”, comentou ela em entrevista a Forbes.
Contudo, houve algumas críticas sobre a sua etnia branca, além do fato de não ser uma atriz latina interpretando uma personagem supostamente latina. Isabela, porém, não fez nenhuma polêmica e preferiu exaltar a oportunidade de não realizar estereótipos com a personagem. Apesar disso, ela revelou que Dora não possui uma etnia definida.
“Estou especialmente orgulhosa de que ela não é um estereótipo, nosso diretor nos incentivou a dar-lhe feedback. Nós temos um elenco todo Latino, também”, disse, na mesma entrevista. “Eles fizeram toda a pesquisa e Dora não tem uma etnia definida. Então, parece que as pessoas assumiram que ela é mexicana, mas ela não é”.