As origens da série The Boys

Estreando na Amazon Prime Video, a série The Boys traz mais uma adaptação de HQ’s para as séries no ano de 2019, junto com, por exemplo, The Umbrella Academy e Doom Patrol. Se for possível contabilizar os últimos anos, diversas obra aparecerão na mente, desde produções mais mainstream (os casos da CW, com The Flash, Arrow e outras,  e Netflix, com Demolidor, Jessica Jones e etc.) até outras na qual andam em caminhos mais independentes (como Legion). Obviamente, o seriado falado nesse texto encontra-se nesse segundo lado, advindo de um quadrinho não tão conhecido, porém muito admirado pelos fãs da nona arte.

Na história temos um mundo um pouco diferente do apresentado em tramas da DC e da Marvel. O mundo é sim rodeado de super heróis, contudo eles são diferentes de totalmente salvadores do mundo. A dualidade é apresentada pelo fato de seus poderes poderem ultrapassar questões humanas causando desde acidentes, até um egocentrismo por serem desse jeito. A obra busca, então, explorar uma vida bem totalmente disvinculada com um ideal de heroismo dos chamados heróis. O mais “puro” perante a fama de todos é Homem Pátria, interpretado na série por Antony Starr, mas que é totalmente maléfico em algumas ações.

Nesse meio, a trama desenvolve Hughie (Jack Quaid, na adaptação), um homem normal na qual acaba sofrendo um abaque por sua namorada ser morta devido a corrida em alta velocidade de A-Train (interpretado por Jessie T. Usher). Ele acaba entrando em uma operação clandestina da CIA, comandada por Billy (Karl Urban) para destruir toda a reputação dos Sete, como são intitulados os heróis mais poderosos e famosos do mundo.

Publicado, nos Estados Unidos, inicialmente pela Wildstorm – com apenas 6 edições – e, posteriormente, pela Dynamite Entertainment, a HQ teve 72 edições para completar toda sua história. A criação teve o nome de Garth Ennis, de Preacher, Juiz Dredd e outros, nos roteiros, e Darick Robertson, de Transmetropolitan e Liga da Justiça, desenhando. Ennis, intitulou toda a obra em um “herorgasm” ou, em uma tradução mais literal, “orgasmo heróico”. Talvez seja bem claro perceber que se trata de uma publicação mais voltada a um público adulto com essa afirmação. Não necessariamente por possuir um teor sexual, na qual também tem, mas sim por suas diversas questões internas, passando desde abusos, estupros e gore.

“Ocorreu na minha cabeça, há cerca de um ano atrás, que eu queria contar uma história do ponto de vista dos heróis, em grande parte deixando os meninos fora disso”, comentou Garth em 2009, durante entrevista ao site CBR.

Ele ainda revelou que o objetivo inicial era realmente realizar uma minissérie, para poder trabalhar todo o desenvolvimento narrativa de forma bem direta. O mesmo comenta a possibilidade de posteriormente, quem sabe, realizar um livro em cima desse material, na qual começou a ser publicado em 2006 e seria finalizado em 2012. Apesar desse pensamento primordial, tudo virou de ponta a cabeça quando o sucesso aconteceu e o público queria saber mais e mais informações desse rico universo fundado.

Em 2016, após o bom retorno de crítica e – de certa forma – também da audiência na primeira temporada de Preacher, pelo canal AMC, foi encomedada uma temporada para The Boys. Na ocasião, o canal Cinemax seria o distribuidor do seriado, mas sem maiores detalhes. O ano passou e, em 2017, a Amazon Prime Video, ainda iniciando seu investimento nas produções originais, pegou o projeto com oito episódios em um primeiro ano.

O desenvolvimento teve quatro nomes principais envolvidos até hoje, quando a série já está no ar pelo canal de streaming. O primeiro é, obviamente, de Garth Ennis, escritor dos oito episódios e participador ativo de toda a construção dos bastidores e elaboração do conceito para a obra televisiva. Além dele, Eric Kripke, de Supernatural, foi chamado para ser o showrunner, Evan Goldberg, produtor de O Artista do Desastre, como criador, e o ator Seth Rogen como desenvolvedor. Rogen é, sem dúvida, um dos mais entusiastas devido a sua paixão já declara por quadrinhos. Ele foi o grande nome para a realização da adaptação de Preacher.

Já confirmada para uma segunda temporada, The Boys lançou sob boa aprovação da crítica e do público. Alguns fãs da publicação original já falaram na internet agradecendo todo o trabalho feito e a média dos usuários no metacritic, por enquanto, é de 75. Já pelo lado da imprensa, a média no mesmo site é de 73, contendo 13 reviews positivas e duas medianas, porém nenhuma negativa. No Rotten Tomatoes, a aprovação das 45 críticas, até agora lançadas, é de 76%. Se os heróis na série necessitam de uma boa visão perante a opinião pública, a obra segue caminhos iguais fora do universo da produção.

Comentários

Cláudio Gabriel

É apaixonado por cinema, séries, música, quadrinhos e qualquer elemento da cultura pop que o faça feliz. Seu maior sonho é ver o Senta Aí sendo reconhecido... e acha que isso está mais próximo do que se espera.

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