Para conhecer: Tudo e todas as coisas
O que você faria se tivesse uma doença incurável que a obrigasse a passar seus dias dentro de casa? Essa é a realidade de Madeline Whittier.
Em “Tudo e todas as coisas”, Madeline está destinada a passar o resto de seus dias sem poder sentir a luz do sol queimar sua pele, ir à escola ou até dar um passo fora de casa. Isso tudo por culpa de uma doença chamada Síndrome da Imunodeficiência Combinada, que não permite que seu corpo suporte as bactérias e vírus que existem no mundo exterior. Sua mãe, que é médica, constrói uma casa à prova de “mundo exterior” onde o ar é filtrado e para entrar, deve-se passar por um processo de descontaminação. Quando Maddie, já acostumada com essa vida monótona e restrita, vê uma nova família se mudando para a casa ao lado, a aceitação e permanência da garota no isolamento começam a ser questionadas. Olly Bright, seu novo vizinho, se sente intrigado pelo fato da garota ao lado nunca sair de casa e ter aulas particulares e, por isso, os dois passam a conversar pela internet todos os dias.
Quando os textos online não os satisfazem mais e a vontade de estarem no mesmo ambiente aumenta, sua enfermeira e amiga Carla os ajuda a se encontrarem escondidos, mas e se a doença piorar por culpa desses encontros? E se sua mãe descobrir?
O livro também fala rapidamente sobre Olly e a relação do rapaz com seu pai, que gera a primeira experiência de Maddie com um mundo sem os filtros de ar. Em uma noite, ela acaba observando uma briga entre seu amigo e seu progenitor – que estava alcoolizado e que bate no menor. Sem pensar duas vezes, ela corre preocupada para ajudar e aí percebe que sua doença não é tão perigosa quanto todos sempre a fizeram pensar.
Um ponto bem positivo do livro é a evolução da personagem principal. Madeline percebe que sua relação com Olly não se trata apenas de um romance adolescente, mas também uma amizade com alguém que está na mesma fase de vida que ela. Quanto mais a conversa acontece, mais ela mostra quem realmente é e que busca uma vida além das limitações que foram impostas a ela.
Além disso, a história passa ao leitor a sensação de reavaliação, já que a moça sempre quis conhecer o mundo porém nunca pôde. Isso faz com que o público pare para pensar no que realmente vale a pena e quão pouco tempo é desperdiçado com assuntos triviais e brigas sem sentido.
Com uma escrita bem simples – com desenhos e listas para tornar a leitura mais natural e leve -, o livro é recomendado para os amantes de “A culpa é das Estrelas” por exemplo.