We Are Not Your Kind e a nova mudança do Slipknot

Quando começou a trilhar seus passos, o Slipknot talvez era uma das bandas mais demarcadas no chamado new metal. Se o Linkin Park acabou ficando mais com o sucesso comercial, especialmente pela sonoridade com elementos do eletrônico, o primeiro grupo talvez tenha sido elevado ao estrelado no nicho. Obviamente, houve um reconhecimento mais internacional pelo seu lado mais teatral, rememorando Alice Cooper, Ozzy Osbourne, Kiss, entre outros. As máscaras foram interessantes para criar uma própria identidade, algo bastante único quando lançaram, em 1999, o álbum homônimo Slipknot, com hits como “Wait and Bleed” e “Spit it Out”.

Passados 20 anos de toda essa questão, a banda lança We Are Not Your Kind, um de seus trabalhos – é possível dizer assim – menos pesados. Isso não quer dizer em relação mesmo aos riffs fortes e ao famoso efeito bate cabeça, contudo é possível perceber um certo amadurecimento na mistura dos instrumentos. Até All Hope Is Gone, de 2008, o Slipknot parece buscar sempre uma confusão narrativa na voz de Corey Taylor em conjunto aos instrumentos, gerando uma linguagem bem particular. Desde então, especialmente pelas diversas mudanças de integrantes, eles estão cada vez mais em um metal mais uníssono e interessante. “Nero Forte”, do último CD, pode ser um desses grandes exemplos. É uma faixa forte mais pesada na letra, guitarras, contudo consegue gerar um contraste nos refrãos bem mais claros e até suaves.

A capa de We Are Not Your Kind

Ainda não é possível claramente o porque dessas modificações, porém um desses fatos pode estar em torno da saída do percussionista Chris Fhen. Um dos elementos primordiais do grupo sempre foram as batidas e isso pode gerar um novo entendimento. Entretanto, em recente entrevista, uma influência um tanto quanto inusitada de David Bowie surgiu, como revelou Corey Taylor, o vocalista.

“Nós tínhamos que achar uma maneira de juntar vários elementos sem deixar a música confusa. Ficou com um toque de ‘Fashion’, do David Bowie“, comentou.

Ele ainda disse que a canção “A Liar’s Funeral” pode até ser lida como um estilo bem de Bowie:

“Para mim, é o que Bowie faria se ele gravasse uma música de death metal. Quando eu gravei os vocais da demo, Jim (Root, guitarrista) e Clown (percussão) levantaram impressionados”.

Sobre o título de We Are Not Your Kind, Taylor revelou que é uma expressão cantada pelos fãs na música “All Out Life”, mas que também reflete o atual período deles. Com a tradução de “Nós não somos sua espécie”, ela significa o período, segundo ele, de não dar satisfação para os críticos e nem para ninguém buscando algo bastante seu. Um DNA próprio.

Lançado no último dia 9 de agosto, o álbum conta – até agora – com uma nota média de 93 no Metacritic, simplesmente a maior de todos os CDs. Para se ter um comparativo, o melhor lançamento de nota do grupo havia sido .5: The Gray Chapter, com uma média de 77.

Você já pode conferir We Are Not Your Kind abaixo:

Comentários

Cláudio Gabriel

É apaixonado por cinema, séries, música, quadrinhos e qualquer elemento da cultura pop que o faça feliz. Seu maior sonho é ver o Senta Aí sendo reconhecido... e acha que isso está mais próximo do que se espera.

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