5 eventos que marcaram o cinema em 2019

Alguns anos são marcados por eventos em comum. 1929 trouxe a Grande Depressão com a quebra da Bolsa de Valores de Nova York. 1968 é marcado como ano dos levantes, marcado por movimentos sociais ao redor do mundo. 2008 também foi se destacou pela greve dos roteiristas e também pela falência de diversas instituições financeiras estadunidenses. Em 2019, as coisas não são menos intensas, mas tudo é mais comentado, trazendo uma sensação quase assustadora de que qualquer evento é maior e mais próximo graças à proximidade quase biológica de aparelhos tecnológicos que o ambiente atual induz. E isso também se estende ao espaço cultural, onde os streamings e até mesmo redes sociais investem em filmes e séries.

Pensando nisso, a editoria do Senta Aí pensou em dez eventos específicos que falam bastante sobre como a sétima arte se virou em 2019:

Vingadores: Ultimato é a maior bilheteria de todos os tempos

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A épica conclusão para a hoje chamada “Saga do Infinito”, composta dos 18 filmes que a Marvel Estudios lançou desde 2008, chegou aos cinemas no fim de abril. Já que muitos fãs achavam que seu antecessor, “Vingadores: Guerra Infinita”, chegaria ao posto de maior bilheteria de todos os tempos, superando Avatar, Titanic e E o vento levou, os comentários sobre “Ultimato” atingir esse marca começaram antes mesmo do lançamento. E embora não seja justo ou verdadeiro dizer que a bilheteria do filme foi uma surpresa, dada a popularidade não só do gênero mas também do marcante universo expandido que a Marvel trouxe para a sétima arte, certamente esse recorde diz bastante sobre a popularidade e a qualidade do que está sendo oferecido como cinema.

Scorsese e a crítica aos filmes da Marvel Studios

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Martin Scorsese é certamente um grande nome quando se trata de cinema. Lançando obras desde o final dos anos 1960, produzindo, escrevendo e dirigindo inúmeros longas desde então, com temas variados, desde o violento “Os Bons Companheiros” ao lúdico “Hugo Cabret” até o mais recente “O Irlandês”. De qualquer maneira, reconhecido como uma autoridade quando se fala de direção e produção cinematográfica. Ainda assim, as opiniões do diretor causaram bastante polêmica, quando ele comentou que os filmes do estúdio “pareciam parques temáticos” e não poderiam ser considerados como cinema de verdade. A fala do veterano gerou uma grande discussão dentro e fora da internet e dentro e fora do meio “cinéfilo”, trazendo o inevitável questionamento: o que, afinal, difere uma grande obra como entretenimento e como arte, e portanto, cinema?

O “fim” de Star Wars (de novo)

Em 1983, os fãs da saga espacial de George Lucas entraram na sessão de O Retorno de Jedi achando que estariam vendo o último filme de Star Wars. Em 2005, isso se repetiu com a conclusão da história de como Anakin Skywalker se transformou em Darth Vader. Em 2019, essa despedida se dá de maneira bem mais tranquila, já que o universo da ópera espacial está sendo explorado agora em animações, outros filmes e séries de TV. No entanto, a nova trilogia produzida por Kathleen Kennedy inegavelmente criou uma nova mitologia e universo tão marcantes quanto os originais e o fim dessa nova história chega cercado de expectativa assim como os outros.

Coringa ganha Melhor Filme no Festival de Veneza

Joaquin Phoenix and Todd Phillips in Joker (2019)

Como o diretor Todd Phillips gosta de lembrar em todas as entrevistas possíveis, produzir e lançar Coringa não foi um trabalho fácil. Por mais que seja a história de origem de um dos vilões mais famosos e populares da cultura pop (e possivelmente o maior das histórias em quadrinhos), ainda assim o longa teve que ser financiado por dois estúdios, já que a Warner estava incerta de como seria a recepção do produto final. Ainda que não tenha sido exatamente aclamado pela crítica, com uma nota média de 59 no Metascore, o filme de origem do palhaço não só arrecadou mais de um bilhão de dólares como também ganhou Melhor Filme no Festival de Veneza, surpreendendo a todos. A vitória determina o gênero de super-heróis não mais como uma tendência do cinema pipoca, mas um subgênero que veio para ficar, recheado de possíveis histórias e mensagens.

Roma quase vencendo o Oscar de Melhor Filme

Alfonso Cuarón and Yalitza Aparicio in Roma (2018)

Indicado em dez categorias no Oscar, a aclamação de Roma veio não só por se tratar de um filme falado em língua estrangeira, de um país latino-americano, mas também por ser uma produção da Netflix, com lançamento limitado em alguns cinemas. No entanto, a recepção ao filme de Alfonso Cuarón sobre família e luta de classes no México em 1970 foi incrivelmente positiva, alçando o diretor como um contador de histórias com sensibilidade e técnica.

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