O Império Contra Ataca continua sendo o melhor filme de Star Wars?
Existe aquela pergunta cuja resposta sempre gera uma certa unanimidade entre os fãs de Star Wars: qual o melhor filme da saga? Em qualquer rodada de apaixonados pela saga, a resposta para esta discussão será quase sempre O Império Contra Ataca. Bem, passadas as empolgações iniciais com os primeiros longas produzidos pela Disney dando continuidade à essa galáxia muito, muito distante, esse pode ser um momento crucial (principalmente devido ao divisor lançamento de Os Últimos Jedi) para uma reflexão: o Episódio V é realmente o melhor filme de toda a saga ou a nostalgia fala mais alto no coração dos fãs?
Para início de conversa, é melhor excluir dessa disputa a trilogia dos anos 90-2000, já que ela possui pouquíssima relevância. Consideramos, então, a trilogia clássica e as três obras pela Disney até hoje. Em primeiro lugar, Uma Nova Esperança não deve ser esquecido. O ponto inicial dessa história – que é uma das mais famosas do cinema – é literalmente um ponto de partida. O plot estabelece a complexa e persistente batalha entre o Império e os Rebeldes. Além disso, não se pode esquecer da relevância do filme como obra cinematográfica, sendo um dos “fundadores” dos blockbusters, junto com Tubarão, de 1975. Outro ponto a ser enaltecido, e já levando para a atualidade, é a quebra geral que o mais recente filme da saga gerou. Mais do que uma divisão, ele sai de papéis simplistas de bem contra o mal, jedi contra siths, para abordar a flexibilização do universo, que precisa existir. Sem um lado, não existe o outro, e o equilíbrio acaba sendo a chave. É isso que Luke Skywalker acaba trazendo no fim, em uma das sequências mais emocionantes da película.
Dito isso, é impossível negar como O Império Contra Ataca é extremamente inovador. Muito antes de tudo, ele gerou um imenso paradigma. Acima de tudo, esse longa possui a fala mais icônica da arte, de uma forma geral: “Não, eu sou seu pai!”. É a partir desse momento que a franquia Star Wars passou de apenas mais uma série de filmes para uma lenda, algo que sobressai o tempo e atravessa gerações (vide à maneira que a saga sobreviveu de maneira tão forte e presente na cultura pop até hoje e ainda irá por muito tempo). Além disso, sua estrutura narrativa gerou uma quebra de paradigmas na época. É claramente uma ponte, entre o início daquela jornada e seu final. É o momento épico, de perdas, que antecede o renascer do herói – assim como a jornada do herói definida por Joseph Campbell. Finalizar seu longa com muito mais perguntas do que respostas deve ter gerado um sentimento próximo do que o público atual tem sentido na expectativa de Vingadores 4.
Outro levantamento importante é ter iniciado a ideia de contar uma história por episódios. Mesmo isso sendo algo fora da própria linha narrativa proposta, estabeleceu que algo muito maior estava sendo construído. Claro que isso já vinha sendo previamente fomentado pelo criador George Lucas, mas essa é decisão que influencia os fãs a definirem o ‘Episódio V’ como um marco, não só da saga em si, mas do cinema. Outras franquias já haviam sido realizadas nos filmes, mas foi aqui que a linha contínua e a necessidade de compreender o que está sendo apresentado se fundamentou. É a pavimentação para qualquer saga cinematográfica atual, todas devendo muito para algo que ocorreu há quase quarenta anos.
Portanto, apesar de outros longas terem estabelecidos novas perspectivas para dentro de Star Wars, nenhum foi tão pioneiro quanto O Império Contra Ataca. Se a questão aqui é responder a pergunta: ele continua sendo o melhor de toda a saga? Nesse caso, a resposta é sim. Claro que qualquer opinião pode ser divergente, mas o amor absoluto por tudo começou em um determinado momento para os fãs. E ele, sem sombra de dúvidas, perpassava pelo descobrimento dessa história de pai e filho.
