Cinco documentários em animação para assistir e aprender

Uma das melhores coisas do cinema é que os gêneros nunca são eternamente presos em caixinhas. Dessa forma, podemos ter uma grande mistura, como terror e comédia, ação e aventura e, até mesmo, documentário e drama. Até porque, no fim das contas, muitas vezes o documentário é muito pensado e construído para ter algo a falar ou abordar, e não inteiramente cru, como pode parecer muitas vezes em filmagens. E os docs também podem se juntar com um outro gênero no cinema e criar coisas igualmente interessantes nesse caminho: as animações.

Por isso, o Senta Aí traz dicas de cinco filmes (curtas e longas) que misturam esses dois elementos e são tão divertidos de se assistir, quanto são importantíssimos para o aprendizado.

– Flee – Nenhum lugar para chamar de lar (2021)

O mais recente dessa lista e talvez também um dos melhores dela. Longa que chegou mundialmente no ano de 2021, e ficou marcado por aparecer no Oscar 2022 indicado a três categorias: animação, documentário e filme internacional. Foi a primeira vez que qualquer filme conseguiu esse feito. Apesar disso, não conseguiu nenhum dos três troféus.

No enredo, acompanhamos a história real de Amin Nawabi, que fugiu quando criança do Afeganistão. Ele teve que confiar em seus próprios instintos para chegar à Dinamarca, ainda criança, onde vive agora. Nos dia atuais é um respeitado acadêmico no país e vai até se casar com um namorado de longa data. Mas, segredos de um passado que ele esconde há mais de 20 anos ameaçam arruinar a vida que construiu para si mesmo. Pela primeira vez, ele decide compartilhar sua história com um amigo próximo. Nawabi reconta e compartilha histórias sobre sua jornada que nunca havia revelado antes, descrevendo as condições que forçou sua família a fugir do país, como ele se separou de seus irmãos na Rússia e como ele se descobriu um homem gay na Europa.

– Persepolis (2007)

Baseado em uma HQ da mesma diretora da animação (Marjane Satrapi), fez um gigantesco sucesso quando saiu pelo mundo, especialmente pela potência da trama. É uma trajetória autobiográfica de Satrapi, enquanto vivia e crescia no meio da revolução iraniana em um país extremamente conservador. Ele também foi lembrado naquele ano no Oscar, na categoria de animação.

No filme, acompanhamos uma jovem iraniana que sonha em ser vidente acompanha de perto a queda do Xá e de seu regime brutal. No entanto, ela acaba se revoltando contra as imposições fundamentalistas dos rebeldes, especialmente contra as mulheres.

– Ryan (2004)

O primeiro curta da lista foi outro queridinho do maior prêmio do cinema americano no ano de lançamento. Ryan (que pode ser visto acima) venceu o prêmio de melhor curta metragem em animação em 2005. Utilizando diversas técnicas de cor muito diferentes para o período, ele ficou marcado pelo estilo mais revolucionário.

O longa é baseado na vida do animador canadense que produziu diversos sucessos de animação, Ryan Larkin. Ao mesmo tempo que é reconhecido pela obra, ele também vive as dificuldades do final forçado por uma doença da carreira.

– Valsa com Bashir (2008)

Outro impactante filme, que traz os horrores da guerra para uma animação muito forte. Foi extremamente aclamado no lançamento, chegando a faturar quase cinco vezes mais que o orçamento incial de apenas US$2 milhões. Acabou também aparecendo no Oscar, mas na categoria de melhor filme estrangeiro (hoje, internacional).

Na obra, baseada na vida de um amigo do diretor Ari Folman, vemos as tentativas de Folman, um veterano da Guerra do Líbano de 1982, de recuperar as suas memórias perdidas dos eventos que marcaram o massacre de Sabra e Shatila. Em busca de respostas, vemos entrevistas com ex-combatentes e amigos do veterano.

– Torre (2017)

Essa lista não poderia acabar sem algum filme nacional envolvido, ainda mais porque somos grandes (pela quantidade e qualidade) produtores de animações e documentários. Dessa forma, Torre (que pode ser visto acima) une um pouco desses dois elementos para recontar uma história do Brasil muito forte.

Para observar mais dos horrores da ditadura militar, acompanhamos a vida de quatro irmãos, filhos de Virgílio Gomes da Silva, o primeiro desaparecido político do regime militar, que relatam suas infâncias durante o domínio dos militares.

Comentários

Cláudio Gabriel

É apaixonado por cinema, séries, música, quadrinhos e qualquer elemento da cultura pop que o faça feliz. Seu maior sonho é ver o Senta Aí sendo reconhecido... e acha que isso está mais próximo do que se espera.

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