Crítica – David Contra os Bancos
Assistir David Contra os Bancos é ver uma espécie de filme comum. Aquele chamado feel good movie, que vai falar de uma história com elementos já reconhecidos e que, no fim das contas, tem o objetivo de nos fazer feliz. Porém, diferente desse tipo de produção, ele é baseado em fatos reais e tenta trazer um elemento até deveras incomum na sociedade inglesa: a união.
Para isso, conta a história real de Dave Fishwick (Rory Kinnear), um britânico comum que vive sua vida com o negócio na cidade de Burnley, um pequeno distrito industrial em decadência. Só que, por lá, é muito reconhecido por ajudar a emprestar dinheiro para empresas locais que sofrem com a crise financeira que assola o mundo, no ano de 2007. Naquele momento, os tradicionais bancos resolvem interromper os empréstimos, gerando quebras de pequenos negócios. Por ser tão lembrado por conta dessa atitude, ele resolve tomar uma atitude: abrir um banco com seu próprio nome, mas sem visar o lucro, apenas a ajuda local. Para isso, conta com a ajuda do advogado Hugh (Joel Fry), contratado para a empreitada.
Definitivamente, o longa abraça um lado fraterno de uma forma muito franca. Isso se deve, especialmente, ao fato do diretor Chris Foggin construir toda a narrativa através de tudo que gira em volta de Dave. Ele é tratado sempre como uma figura de atenção, praticamente perfeita, que sempre se preocupa com os outros. Não a toa o momento em que conhece Hugh, e o apresenta todos os negócios locais e suas pequenas dificuldades de sobreviver em uma cidade que perdeu sua magnitude.
Em certo sentido, é quase como se David Contra os Bancos fosse também um grito de socorro por um local esquecido. Foggin sempre observa os pequenos detalhes e toda a magnitude de um ambiente que precisa de algum socorro. Nada melhor que o prestador desse socorro seja também alguém dali mesmo. Ao mesmo tempo, essa metáfora também fica evidente pela participação da médica Alexandra (Phoebe Dynevor), também uma vereadora local e que ajuda ao fortalecimento do banco “comunitário”.
Dessa forma, fica claro como David Contra os Bancos é um filme simpático, porém que ressoa como um milhão de outras coisas. Dessa forma, parece que é quase travado no tempo. Ao mesmo tempo que também sabe ser uma grande trama sobre o senso comunitário e as boas perspectivas. Chris Foggin, inclusive, transforma seu filme em quase um abraço em diversos momentos. Porém, parece tão recorrente, que fica até difícil saber se há algo novo no ar.