Crítica – Seis Vezes Confusão

Marlon Wayans sempre ficou marcado durante a carreira por seus papéis espalhafatosos, para dizer o mínimo. A interpretação bastante física do humor, muitas vezes não causava resultados, porém o efeito As Branquelas gerou um lado mais icônico. Nesse sentido, o ator, na qual fez uma parceria com a Netflix, continuou sem seguir muito por um caminho. Sua trajetória parecia continuar nas mesmas piadas e em mesmas interpretações baratas. É o caso de Seis Vezes Confusão. Em uma tentativa de ser Eddie Murphy, em que apresenta uma versatilidade padrão, Wayans fica apenas no rídiculo – mais uma vez.

Na história do filme, Alan (Marlon Wayans) está perto de ter seu primeiro filho. Ele decide então, em busca de um olhar mais pessoal, buscar encontrar sua mãe biológica, na qual nunca teve contato. Sua esposa o impulsiona e ele acaba recendo a resposta de onde ela estaria. Ao chegar lá, porém, ele acaba descobrindo algo muito mais complexo e completamente inesperado: o fato de ter 5 irmãos gêmeos (todos interpretados por Wayans). Alan, entao, terá de descobrir mais sobre a história no qual acabou levando ele até ali.

A direção de Michael Tiddes, bastante acostumado a esse tipo de longa devido a ter trabalhado toda sua carreira com o ator principal, serve com uma mera demonstração. Tiddes não busca nenhum olhar aprofundado e simplesmente coloca os esteriótipos de cada um dos irmaõs como uma forma de impulsionar a veia cômica. Em alguns períodos isso até é realmente mais funcional, especialmente logo que ele chega a casa. Contudo, na maior parte do tempo, existe apenas uma tentativa de fazer um humor repetitivo em argumentação e em piadas. Em alguns instantes da obra, é possível até perceber e pensar situações trazidas novamente para gerar a mesma sensação, porém apenas cansando.

Dentro dessa espetacularização narrativa em transitar de figuras sob a tutela de um mesmo ator, até é feito um trabalho de encenação interessante por Michael. Ele propõe um universo totalmente bizarro por si só, gerando quaisquer acontecimento a partir desse como quase natural. Isso poderia até soar um pouco esquisito para alguns telespectador, todavia talvez sejam esses pequenos momentos de um maior desenvolvimento interno e da dinâmica dos irmãos que acabam elevado a maios graça da trama. Não chegam a ser totalmente chamativos ou até catapultas dramáticas, mesmo assim conseguem edificar essa estranheza perene em toda nova aparição. Próximo ao fim, com o irmão mais poderosso, é aonde isso fica mais claro.

Nesse quesito dramático, é algo que pode ser totalmente esquecido por aqui. Os desenvolvimentos de personagem e a colocação para gerar o início da história está muito mais pautada propriamente nos primeiros 15 minutos e nos 5 finais. Não existe ali um meio termos na qual isso acaba sendo um ponto mais intrigante ou qualquer maior relação com os irmãos. Tudo se resume a uma comédia muito mais genérica do que realmente adentrando em maiores elementos. É como se estivéssemos o tempo inteiro vendo um clipe de uma mesma cena, várias e várias vezes.

Seis Vezes Confusão parece claramente um filme da Netflix apenas para encher mais ainda o catálogo. Aliás, Marlon Wayans vem seguindo essa tendência desde muito tempo em sua carreira e a empresa de streaming parece ter abraçado isso de vez. É uma produção sem peso nenhum para qualquer lado e acaba ficando vazia, algo bem próximo de Nu, longa anterior feito do ator em parceria com Michael. Se você está interessado em uma gigantesca repetição, talvez seja melhor procurar algum clipe mais divertido ou até mesmo alguma franquia de ação. Aqui, para achar a graça, é necessário cavar fundo, bem mais fundo do que parece.

Comentários

Cláudio Gabriel

É apaixonado por cinema, séries, música, quadrinhos e qualquer elemento da cultura pop que o faça feliz. Seu maior sonho é ver o Senta Aí sendo reconhecido... e acha que isso está mais próximo do que se espera.

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