MITA no Rio: dia 2

Assim como no primeiro dia, o sol brilhava muito forte desde cedo no Jockey Club, na Zona Sul do Rio de Janeiro. A situação favoreceu a mais um dia de clima perfeito para grandes shows que o MITA trazia. Novamente, a mescla de gêneros foi parte relevante para a construção do line-up, porém é possível dizer que esse segundo dia teve um enfoque maior no indie rock e rock de uma forma geral, enquanto no primeiro o pop ganhou o ar da graça.

Contudo, com dois grandes dias e ótimas bandas e artistas, o evento mostrou, mais uma vez, que se consolida como um dos maiores nomes no cenário atual da música. O Senta Aí esteve presente nesse segundo dia, e traz um pouco sobre alguns dos shows que aconteceram:

– Sabrina Carpenter

Foto: Divulgação/MITA

A primeira atração de grande impacto do dia 28, entrou no palco Deezer exatamente 14h para uma apresentação curta, porém bem interessante de se assistir. Muito levada pela simpatia de Sabrina Carpenter, era possível ver o público animado para o dia, com muitos fãs próximos ao palco. Esses, aliás, que faziam muito barulho, deixando a artista desde o começo extremamente animada.

“Vicious”, a terceira do setlist, foi um dos pontos chaves do simático show. Com uma voz extremamente natural e uuma banda que parecia ter uma relação bem forte com a própria artista, tudo agradou. É claro que, talvez, em uma primeira ouvida, Sabrina tenha uma certa semelhança com diversas outras cantoras. No estilo, tom de voz, e até mesmo liricamente, ela soa como algo repetitivo. Porém, nada que estrague uma divertida introdução ao dia.

Em uma busca de sempre interagir com a plateia, Carpenter tinha um interesse em, normalmente, apresentar como as canções foram criadas. Era uma tentativa também de chamar aqueles que não a conheciam. Um dos maiores destaques foi a penúltima, “because i liked a boy”, na qual relembrou – sem citar diretamente – toda a polêmica que teve com Olivia Rodrigo sobre um relacionamento.

Independente do lado fofoca aqui presente, Sabrina Carpenter marcou seu nome para os que a viam pela primeira vez e fez a alegria de muitos fãs que chegaram cedo e cantaram todas as canções. Definitivamente, divertiu.

– NX Zero

Foto: Divulgação/MITA

Depois de seis longos anos, o NX Zero voltou aos palco nesse domingo (dia 28) com talvez o show nacional que mais tenha atraído pessoas. Com uma grade cheia e muita gente nas laterais – algo que não demarcou tanto o palco Deezer -, foi interessante o retorno de Di Ferrero e companhia nesse contexto. Dito isso, parecia claro que havia um certo nervosismo no ar e a apresentação foi um pouco aquém do esperado.

Longe da versatilidade e da parte técnica de todo o grupo e do vocalista, contudo, o setlist pareceu extremamente confuso nas próprias escolhas. Além disso, as interações de palco, muito travadas, deixaram a performance menos empolgante do que poderia. Claro que os grandes hits ficaram dentro, caso de “Além de Mim”, “Razões e Emoções” (que fechou), “Cedo ou Tarde” (que dá nome a turnê e teve uma homenagem a Chorão), e mais. Porém, parece que faltou algo para tornar tudo ainda melhor.

Inicialmente, o público parecia mais animado, porém houve uma sensação de perda de entusiasmo aos poucos, o que também transformou tudo em um pouco agridoce. Era o retorno do NX Zero, com uma expectativa enorme do que viria pela frente. A esperança é para que os próximos shows tenham mais a cara do grupo, um dos mais importantes do emo e rock dos anos 2000 até agora.

– HAIM

Foto: Divulgação/MITA

Definitivamente, a vinda do trio de irmãs HAIM era um dos momentos mais aguardados não apenas do MITA 2023, mas dos festivais durante o ano. O grupo, que começou em 2007 tendo lançado o primeiro disco de estúdio em 2013, nunca havia pisado em terras brasileiras. Contudo, tinham uma grande base de fãs por aqui (que se fez bem presente durante a apresentação) além de uma conexão com o Brasil que remontava a relação com o pai. Grande fã de música brasileira, ele apresentou para elas tudo desde sempre, fazendo com que a baixista Este tenha feito inclusive seu trabalho de graduação sobre percussão brasileira.

Essa relação profunda se fez extremamente presente em um setlist longo na medida do possível. A emoção de Danielle (a vocalista principal e guitarrista) e da própria Este foram algumas das grandes marcas do show. Junto disso, chegaram a referenciar a Xuxa, cantando Ilariê junto com toda a plateia. Parecia que as irmãs construíram, mesmo a quem não conhecia elas, uma atmosfera perfeita para um show gigantesco. Pena que o tempo não foi ainda maior.

Contudo, tocaram muitos sucessos, seja do primeiro álbum, Days Are Gone, até mesmo de Women in Music Pt. III, o último publicado por elas. Canções como “I Know Alone” (com direito a dancinha), “Want You Back”, “Don’t Save Me”, “Forever”, “The Wire”, finalizando com “The Steps”. Definitivamente, conquistaram a todos, e ficaram extremamente conquistadas por toda uma massa de fãs que esteve no Jockey nesse domingo. Um show para ficar marcado.

– Florence + The Machine

Foto: Divulgação/MITA

Tudo encaminhava para que HAIM tivesse o melhor show da edição do Rio do MITA 2023. Contudo, nada poderia ultrapassar o poder magnético de Florence Welch ao vivo, com sua banda, o Florence + The Machine. Definitivamente, um gigantesco espetáculo e performance comandada pela personagem principal do palco. É inacreditável o poder de não apenas controlar a platéia, mas também ser tão chamativa a todos que assistiam.

O início do setlist, que veio extremamente similar ao usado em shows recentes, demarcou bem isso, com os fãs cantando todas as músicas. “Heaven is Here”, “King”, “Ship to Wreck”, “Free” e “Dog Days are Over” vieram em uma toada só, quase como um tiro, e tão forte quanto. Sem muita interação em perguntas e conversas, a cantora parecia mais interessada no que realmente sabe fazer de melhor: cantar.

Em um dos poucos momentos de interação direta, pediu para o público dançar e guardar os telefones, e foi prontamente atendida (ao menos por alguns minutos). Depois disso, chegou a descer para cantar perto da pista premium em um momento extremamente marcante.

Depois de “Restraint”, o grupo fez uma espécie de bis cantando mais três grandes sucessos: “Never Let Me Go”, “Shake it Out” e “Rabbit Heart”. Magnética. Até demais. É dessa forma que possível dizer como é tentar ao menos assistir um show do Florence + The Machine. Uma experiência para cada um dos presentes, extremamente empolgados na vinda novamente da cantora e da banda ao Brasil, nunca esquecerem.

Comentários

Cláudio Gabriel

É apaixonado por cinema, séries, música, quadrinhos e qualquer elemento da cultura pop que o faça feliz. Seu maior sonho é ver o Senta Aí sendo reconhecido... e acha que isso está mais próximo do que se espera.

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