MITA se coloca como um dos grandes festivais de música do Brasil

Não queria fazer esse texto como algo muito pessoal, mas acredito que seja impossível não trazer a experiência e sensações de estar presente na primeira edição do MITA (Music is the Answer, na tradução), no Rio de Janeiro. Não, não presenciei como foi a edição em São Paulo. De toda forma, a ideia é justamente trazer um relato de alguém apaixonado por música que viu grandes headliners e com expectativas para o que viria pela frente no festival. Primeiramente, é necessário elogiar essas escolhas por parte da organização. Trazer nomes como Gorillaz (que só havia estado por aqui uma vez), Two Door Cinema Club (a muito tempo longe do país) e até o eletrônico Rüfüs Du Sol foram escolhas extremamente acertadas. Vimos uma perspectiva curiosa e, ao mesmo tempo, que soube concentrar bem em dois dias o tipo de público que estaria interessado. Enquanto no primeiro era mais indie, no segundo estavam os mais variados.

Passada essa etapa, é preciso falar sobre shows. Em termos de performance de palco, não há o que criticar. Ao menos no Rio de Janeiro, vimos grandes apresentações que ficarão marcadas, sem sombra de dúvidas. Damon Albarn destruiu no final do primeiro dia com o grupo de animação, assim como Gilberto Gil soube bem colocar uma plateia confusa para embalar em grandes hits. Entretanto, fica aqui a menção para uma produção de áudio cheia de problemas. Além disso, a forma como os palcos foram localizados também não ajudou muito. Faltou sinergia e correlação. Algo como, minimamente, passar o show em um telão do outro local, por exemplo. Junto disso, o volume das caixas pareceu meio esquisito, desde soando muito baixo, até alguns com o baixo extremamente grave.

Essas pequenas confusões, por óbvio, atrapalham a experiência de um festival por completo. Até porque é preciso saber que o público desse tipo de evento poderá nunca ter uma experiência similar novamente. A organização do MITA precisar enxergar esses pontos com grande perspectiva de melhora, justamente para trazer um público ainda maior e se consolidar como uma versão independente e variada do próprio Rio – e quase um Carnaval fora de época em São Paulo – do Lollapalooza (a grade não deixa mentir).

Uma crítica também necessária é sobre a escolha de local na edição do Rio de Janeiro. Como dito, só estive nela para poder analisar. O Jockey Club Brasileiro é um espaço até interessante em termos de ambientação, cenário e acústica. Todavia, não foi preparado para encontrar tantas pessoas como as que estiveram. Por isso, a lama tomou conta, e era possível ver ela espalhada por toda a parte, criando até alguns buracos em certas apresentações, para o qual o público não ficou tão colado.

Bom, só estou citando coisas negativas, mas é porque a ideia é justamente melhorar. O MITA foi um sucesso absoluto, tanto de um público que, apesar de tímido inicialmente, participou bem dos grandes momentos da noite, como em termos de presença. Inegável que um festival novo começar com tantos nomes de peso e com momentos icônicos será recordado. Por isso, a organização precisa pensar em formas de melhorar esses pequenos detalhes. Assim, a experiência poderá ser ainda mais inesquecível. E, quem sabe, em um futuro próximo, não estaremos vendo o Music is the Answer em algum grande palco da capital carioca.

Comentários

Cláudio Gabriel

É apaixonado por cinema, séries, música, quadrinhos e qualquer elemento da cultura pop que o faça feliz. Seu maior sonho é ver o Senta Aí sendo reconhecido... e acha que isso está mais próximo do que se espera.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *