Os destaques do segundo fim de semana de Rock in Rio 2022

Os últimos acordes do hit de Dua Lipa “Don’t Start Now” deram o tom final de mais uma edição do Rock in Rio. A de 2022 que teve um segundo fim de semana focado bem mais no pop, mas que soube mesclar bem os diversos gêneros. A começar pela própria headliner do último dia, que usa e abusa do pop mais tradicional, com muito disco e até R&B misturado. Por isso, Lipa soube bem mesclar esses diversos elementos que torna ela um dos maiores nomes da música hoje, na apresentação. Essa que foi marcada por altos e baixos – mais o primeiro do que o segundo -, mas sabendo animar bem o público.

O dia mais fraco em termos de shows, entretanto, também reservou outro grande momento para a headliner do Palco Sunset. No caso, Ludmilla. A cantora brasileira, reconhecida também pelo mix de gêneros musicais, soube passear de forma perfeita por todo o repertório pessoal, com hits atrás de hits. Além disso, buscou toda uma cenografia bem própria e não teve medo de realmente colocar a cara a tapa e até mesmo usar a própria voz, sem nenhum playback. A apresentação teve ares de grande momento da carreira e, se foi esse o objetivo, ela atingiu de forma genial.

No dia anterior, o Sunset também foi marcado por alguns grandes momentos, mesmo que em uma escala bem menor. Caso, por exemplo, da mistura de Gilsons com Jorge Aragão, que trouxe uma sonoridade bem particular e uma certa leveza para o início do sábado. Depois disso, Maria Rita também colocou no palco um show gostoso de se assistir, mesmo sem grandes momentos. Seu samba, no entanto, ficou marcado na cabeça daqueles que assistiram. Porém, o maior destaque veio, mais uma vez, de um headliner, no caso, Ceelo Green. Em uma homenagem para James Brown, o cantor levantou o público como poucos, mesmo em uma apresentação cheia de hits pouco conhecidos pelo público. Apesar disso, levantou a audiência em meio a uma chuva que demarcava a Cidade do Rock.

O Mundo foi palco de três apresentações mais mornas. No caso, Djavan, Bastille e Camila Cabello. A última até conseguiu animar com a simpatia, só que o show acabou parecendo longo demais e um pouco cansativo, se repetindo em diversos momentos. Mas o fim valeu a pena, já que a grande expectativa do dia era da entrada de Coldplay. E Chris Martin e companhia não deixaram em nada o público na mão, já que o espetáculo tomou conta. Desde visualmente – com as luzes brilhando -, até mesmo com a vontade e entrega por parte dos integrantes do grupo. Mesmo com a falta de carisma, sobrou vontade ao menos. A banda, aliás, conseguiu passar bem por cima de últimos discos ruins mostrando que as mais antigas são as que realmente empolgaram os presentes.

Mas se os dois últimos dias ficaram marcados por muitos shows mornos, o mesmo não pode ser dito da sexta. Com um público muito grande desde cedo, o Sunset já teve ótimos momentos com a mistura de Vitor Kley e Di Ferrero e o pop com diversas pitadas de rock do Jão. Depois disso, o palco ficou pequeno pela quantidade de pessoas atrás de assistir Avril Lavigne. Apesar da aparente falta de vontade e dos problemas no som, os diversos hits animaram bastante a audiência, que cantou em praticamente todas as canções.

O Mundo reservou poucos grandes momentos até o fim da noite. Foi quando o Green Day entrou no palco que o Rock in Rio veio abaixo, empolgado com tudo que vinha pela frente. A maior apresentação dessa edição não decaiu em período nenhum e pareceu marcada por uma perfeita interação entre platéia e artistas, marcadas na carismática figura do cinquentão Billie Joe Armstrong. Cheio de hits, eles ainda usaram de forma perfeita para construção de todo o setlist.

Já o primeiro dia desse segundo fim de semana foi demarcado por poucos instantes memoráveis. A divisão do pop no Sunset e do rock no Mundo não pareceu funcionar tão bem, apesar da justa tentativa. No primeiro, o destaque fica por conta da empolgada Gloria Groove, que soube usar todas suas canções como forma de controlar o público, sem medo de soar absurdo ou brega, ainda mais pelo horário. No show sincerão, fez a audiência como parte de todas as músicas. Outro grande momento foi de Corinne Bailey Rae, com seu soul e R&B distoante para o dia. Apesar de não empolgar tanto os presentes, fez uma performance com grande nível técnico, por assim dizer.

No palco principal, quem foi bem mesmo foi o Maneskin. Muito lembrados pelo megahit “Beggin”, um cover de uma música dos anos 50, os italianos mostraram bem suas credenciais para o público em um show enérgico. Longe de serem impecáveis ou perfeitos, mas ao menos se mostraram bem.

O segundo fim de semana do Rock in Rio 2022 teve bons e maus momentos. Apesar de tudo, ainda teve boa parte dos melhores shows dessa edição do festival. O mais importante é o festival ter se mantido como um dos grandes do Brasil e do mundo. E soube mesclar os diversos públicos, além de não deixar se abater pelos momentos de mais baixa. O Rock in Rio é gigante. Felizmente, em 2024 ele estará de volta para todos nós.

Comentários

Cláudio Gabriel

É apaixonado por cinema, séries, música, quadrinhos e qualquer elemento da cultura pop que o faça feliz. Seu maior sonho é ver o Senta Aí sendo reconhecido... e acha que isso está mais próximo do que se espera.

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