Primeiras Impressões – High School Musical: The Musical – The Series

Um casal terminando. Uma amiga lutando pelos direitos das mulheres, enquanto o homem mais bonito e famoso do colégio tenta ficar com a garota “predestinada”. Além disso, um pouco de música também complementando isso. Esses elementos poderiam estar em quase qualquer comédia romântica, assim como estão na trilogia High School Musical, famosa entre adolescentes pelo fim dos anos 2000. Todos esses elementos são colocados em High School Musical: The Musical – The Series, produção na qual busca satirizar ao máximo esses esteriótipos. Aqui, esses elementos são postos em cena apenas para serem igualmente ridículos, causando uma constante sensação de vergonha alheia. Poderia estar falando como algo negativo, entretanto é altamente positivo.

É dessa forma que começa a série, com cerca de 30 minutos por episódio. Nela, vemos a história “verdadeira” do colégio aonde os filmes foram filmados de verdade. Após um longo período de tempo, uma professora de teatro recém contratada resolve fazer uma interpretação do musical para o colégio. Os alunos, assim, disputam quem irá interpretar cada um dos personagens icônicos. Nini (Olivia Rodrigo) e Ricky (Joshua Bassett), que terminaram um relacionamento, acabam ficando com os papéis de Gabriella e Troy. Eles terão de conviver juntos após isso tudo, na busca do segundo reatar todo o amor entre ambos.

A criação de Tim Federle busca brincar com as iconografias e imagens dos longas originais. O início é retratando já a professora assistindo ao primeiro filme, tentando se interar sobre esse cosmo que entrará. A direção entra no colégio quase como um templo a parte da sociedade, contudo, ao colocar uma câmera de documentário, abre espaço para a comédia começar. E quando ela entra, vai a fundo sobre diversas pequenas questões. Um exemplo é quando uma parte musical do filme trava na sala de informática, trazendo a mesma frase (Preste atenção no jogo). Esses pequenos instantes, quase essenciais aos fãs, também são transformados em brincadeiras gigantes para as duas produções.

Se falta um pouco qualquer condição dramática presente ali, algo na qual pode ser melhor desenvolvido pelos capítulos, mesmo sendo uma sátira, sobre momentos de um humor intenso. Nesse sentido, lembra bastante como America Vandal brinca com seu uso estético para quase soar irônico o tempo todo – ali, devido as possibilidades absurdas. O feito pelo seriado aqui é tentar traduzir diversos pequenos pontos feitos e abertos em High School Musical, como se isso fosse parte desse universo particular. Para os personagens, não há maiores divisões e, a todo tempo, somos confrontados com uma referência colocada na cara do telespectador.

High School Musical: The Musical – The Series busca querer se comportar no tempo como algo bem único. Ao trazer toda relação nostálgica para parte do público de volta, a série funciona extremamente bem, sabendo conceber os pequenos elementos daquele vasto mundo (do mesmo modo, relacionado a todo o ambiente). Entretanto, parece faltar uma busca maior por alguma coisa. É, assim, algo meio vazio, uma ida sem direção contrária quaisquer. Obviamente, isso é uma análise inicial, algo que poderá, e até deve, ser modificado com o passar dos episódios. Porém, é danoso uma busca simplista pela comédia da nostalgia.

Comentários

Cláudio Gabriel

É apaixonado por cinema, séries, música, quadrinhos e qualquer elemento da cultura pop que o faça feliz. Seu maior sonho é ver o Senta Aí sendo reconhecido... e acha que isso está mais próximo do que se espera.

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