“Vocês definitivamente ainda vão ver”, diz Holly Black sobre série de Spiderwick
Pouco mais de uma semana antes de vir para a Bienal do Livro do Rio de 2023, a autora Holly Black tomou um susto: a série de As Crônicas de Spiderwick não iria estrear mais no Disney Plus. O streaming desistiu de lançar a produção por corte de custos. Black é, junto de Tony DiTerlizzi, uma das autoras das obras originais, que agora estão sendo relançadas no Brasil em uma edição única pela editora Record. Por isso, veio para o evento.
“Vocês definitivamente ainda vão ver a série. Não sei como, nem aonde, mas verão”, conta ela aos risos em entrevista para o Senta Aí. “Eu e Tony primeiro participamos da sala de roteiro originalmente. Demos nossas ideias sobre o material original, o universo. Depois disso, visitamos o set no último inverno. Agora, está tudo pronto para ser lançado”.
Aliás, Spiderwick tem um sabor especial em 2023. A obra completa 20 anos do lançamento do primeiro livro – por isso mesmo, o lançamento especial aqui no país. As produções de fantasia infanto-juvenil fizeram um extremo sucesso quase de imediato. Não a toa, ganhou uma adaptação para o cinema em 2008, em um filme dirigido por Mark Waters.
“É muito interessante todo esse tempo, me fez perceber como estou velha. Mas é curiosa essa forma como as pessoas recebem. Tem autores que não são estreantes e leram meus livros quando eram mais novas. Fico realmente impressionada”, afirma.
Apesar de ser conhecida por essa produção mais clássica, Holly Black ainda tem outros livros para ser valorizada. Muito disso, especialmente, por causa do TikTok. Lançado em 2018, O Príncipe Cruel (primeiro da série O Povo do Ar) tinha vendido quase 4 mil exemplares antes da pandemia. Depois de ter viralizado na plataforma, passou de 100 mil.
Esse não é um fenômeno apenas aqui no país, visto que a autora também ganhou repercussão fora pelos famosos booktookers. Ela admite que foi uma surpresa como tudo aconteceu, até porque nem fazia parte da rede mais famosa pelas danças.
“Estava um dia no sofá de casa e isso aconteceu. Realmente eu não esperava nada”, comenta. “Inclusive, com os fãs brasileiros foi algo meio impressionante. Muitos começaram a me mandar nas redes sociais dizendo ‘você precisa vir para a Bienal’, e eu vim. É realmente impressionante essa mobilização e me deixa muito feliz”.
Bom, a pressão, ao menos, deu certo.