Grammy 2019: Os indicados para Álbum do Ano

Na tarde de sexta-feira, dia 7 de dezembro, foram anunaciados os indicados para o Grammy 2019. Os concorrentes, como sempre, causaram divergências. Algumas indicações foram consideradas justas, outras desnecessárias e a falta de alguns artistas acabou trazendo o comentário mais normal nessa época:“Fulano foi injustiçado!”

O Senta Aí vai falar sobre as quatro principais categorias até o fatídico dia do evento. Falaremos aqui sobre os indicados ao Álbum do Ano. É a categoria mais importante do Grammy e premia o álbum que mais se destacou, não importando o gênero musical.

  • INVASION OF PRIVACY – Cardi B

Cardi B ganhou notoriedade em 2017 com o seu hit Bodak Yellow, criando uma enorme expectativa para seu álbum de estreia. Pela sua autenticidade e polêmicas, Cardi rapidamente se transformou em mais do que uma rapper – mas sim uma celebridade.

Quando o CD chegou, parecia dividir opiniões, mas caiu rapidamente no gosto da crítica e do público. Contém faixas que, além de muito bem produzidas, com versos divertidos e espertos e muitos potenciais de singles que podem ser sucessos comerciais. Com 83 no Metacritc, Invasion of Privacy é considerado “um dos debuts mais poderosos do milênio” pela Variety e com produção “pomposa e variada” segundo Pitchfork, é um dos mais populares indicados.

  • BY THE WAY, I FORGIVE YOU – Brandi Carlile

A cantora de folk rock entrega um álbum altamente emocional. Uma das maiores indicadas da premiação nesse ano, Brandi conta com seis indicações. Com um álbum que fala sobre perdão, ela entrega vocais sutis, mas poderosos. Com o single principal sendo a indicada à Gravação do Ano, Canção do Ano, Performance de American Roots e Canção de American Roots, The Joke, o álbum carrega o mesmo sentimento. A nota 74 no Metracritic mostra que a critica o recebeu bem. A Variety diz que “Suas reservas líricas e vocais em muitas faixas dão aos momentos de emoção muito mais impacto quando eles vêm.”

  • SCORPION– Drake

2018 foi um excelente ano para a carreira de Drake. O quinto álbum de estúdio do rapper contém 25 faixas e foi um absoluto sucesso nos streamings. Dando o que falar por semanas, o álbum conta com a canção inspiradora para o meme do carro, In My Feelings e com um dos maiores hits do anos: God’s Plan, indicado como Melhor Musica de Rap, Gravação do Ano e Música do Ano.

Ele contem uma nota verde no Metacritic, 67, mostrando que a recepção positiva foi da critica também. Pitchfork, por exemplo, acho que os 90 minutos do álbum são musicalmente atrativos. Essa boa recepção da critica e do público é o que torna Scorpion um dos favoritos para o ganhador desse ano.

  • H.E.R. – H.E.R.

Lançado originalmente como dois EP’s, o álbum de estreia é algo entre uma coletânea de ambos EP’s e um álbum de faixas inéditas. A cantora, também indicada à Novo Artista, Melhor Álbum, Performance e Música R&B, mantém uma identidade anônima para ser uma voz para mulheres que se sentem sozinhas, como a própria explica. O álbum consiste em um R&B extremamente sentimental, trazendo um flerte com o sensual em algumas faixas. Um destaque do álbum é a música Best Part feat com o também-destaque-de-2018, Daniel Caesar.

Sem nota no Metacritic, o álbum foi muito bem recebido pelo público, que a colocou no número 47 da parada de álbuns da Billboard. Ele pode não ser o concorrente mais forte da categoria, mas colocou H.E.R num novo foco, criando uma expectativa para futuros trabalhos.

  • BEERBONGS & BENTLEYS – Post Malone

Uma das revelações de 2018, Post Malone chegou com quatro indicações ao Grammy. Assim como os trabalhos de Drake e Cardi B, o álbum de Post Malone é recheado de sucessos. rockstar (indicada à Gravação do ano e Colaboração de Rap) e Psycho mostram que ele sabe trabalhar em colaborações muito bem, mas com Better Now prova que ele também sabe fazer sozinho. Com uma popularidade enorme na internet, o álbum de rap possui apenas 51 no Metacritic, sendo aquele com a nota mais baixa entre os indicados, revelando divergências nas críticas. Enquanto considerado um “incrível álbum inspirado por drogas” pelo Exclaim, o The Guardian acredita que o álbum é repetitivo e previsível.

  • DIRTY COMPUTER – Janelle Monáe

O novo álbum de Janelle Monáe foi aclamadíssimo pela mídia pelo seu conceito e história. Considerado, pela Rolling Stones, artístico, ambicioso, determinado, feliz e inspirador, Dirty Computer é um álbum de R&B acompanhado de uma produção fenomenal, letras inteligentes e vocais impecáveis. Monáe é uma das maiores e mais talentosas  cantoras da década e arranca criticas positivas merecidamente. O álbum não foi um dos favoritos do público, ainda que tenha sido bastante comentado. O projeto visual que saiu junto com ele pode ter ajudado, já que a faixa Pynk foi indicada para Melhor Video Musical. Mas a sua nota 87 não deixa mentir: o álbum é sim um dos melhores do ano. Pessoalmente, o meu favorito da lista, o eletrizante disco mereceu o reconhecimento da Recording Academy.

  • GOLDEN HOUR – Kacey Musgraves

O quarto álbum de estúdio de Kacey Musgraves é o country numa forma retrô e moderna ao mesmo tempo. Mais um dos que foram aclamadíssimos pela critica, Kacey conta com uma nota 87 no Metacritic e com a Pitchfork ainda diz que o álbum conversa com a evolução contínua de Musgraves. Country é um dos maiores gêneros dos EUA  e é inefável seu favoritismo com o publico mais conservador, mas isso não deve ser um fator determinante na decisão da academia, ainda que uma possível vitória não seja uma surpresa. As letras altamente confessionais e pessoais junto com a melodia suave e reflexiva fazem os 45 minutos de Golden Hour serem muito reflexivos.

  • BLACK PANTHER: THE ALBUM, MUSIC FROM AND INSPIRED BY – Various Artists

Apesar de já ter ganhado, não é comum trilhas sonoras estarem nas categorias principais do Grammy. Mas, assim como Gaga e Bradley Cooper colocaram Shallow, Kendrick Lamar conseguiu colocar a trilha de Pantera Negra nesse patamar. Com um álbum experimental e cheio de feats, ele arrancou elogios da critica, com uma nota 80 no Metacritic. Considerado um álbum bem produzido e incrivelmente coeso com o estilo de uma playlist com boa curadoria pelo Consequence of Sound.

Kendrick é considerado um injustiçado por ter perdido o Grammy no ano passado para Bruno Mars, seria essa a chance da academia de se redimir? A trilha sonora fez muito sucesso comercialmente e nos streamings. É um grande concorrente para ganhador.

A categoria conseguiu reunir bons lançamentos do período de inscrição, conseguindo uma interessante diversidade em seu repertório. O resultado saberemos somente no ano que vem. Qual a sua torcida?

PS: Uso o Metacritic, pois é uma plataforma que tira uma média de diversos reviews de críticos mainstream.

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