André Gordirro quer explorar ainda mais o mundo de Baldúria e tem planos para 2025

Próximo de mais uma sessão de autógrafos na Bienal do Livro 2023 com sua trilogia Lendas de Baldúria, André Gordirro se vê feliz em agora ver os fãs cara a cara. Isso porque o fim de sua saga – Império dos Mortos – saiu em meio a pandemia de COVID-19, em 2021. Assim, pouco foi possível o contato com os leitores. Após a situação epidemiológica melhorar, 2023 tem sido uma das primeiras chances de ver a recepção de seu trabalho.

E ainda há uma chance nesse último dia de Bienal (dia 10), quando Gordirro autografará os livros às 13h no estande da Rocco – com direito a dois pôsteres de brinde.

Mas antes disso, o autor falou com o Senta Aí sobre as mudanças na série ao longo de sete anos e os planos para o futuro, inclusive com algo especial para 2025.

Senta Aí: Seu primeiro livro da série Lendas de Baldúria saiu em 2015 e o último em 2021. O que acha que mudou na sua escrita e na forma de observar o universo nesse tempo?

André Gordirro: Em termos de mudança, o texto perdeu um pouco do humor gaiato que tinha. Ele continua lá, mas como os personagens estavam começando a jornada, ainda meio inocentes, tudo era encarado com irresponsabilidade e galhofa, e agora há mais responsabilidades nos ombros de todos; então os gracejos diminuíram um pouco. Quando à forma de observar o universo que criei, creio que abri mais avenidas para avançar com a construção de mundo, ao mesmo tempo que sinto a responsabilidade de dar algumas respostas tanto para os leitores, quanto para mim mesmo. Há um império caído, por exemplo, que jamais contei o motivo da queda (tirando os momentos finais, durante a Grande Guerra dos Dragões), e pretendo fazê-lo.

SA: Nesse meio tempo, aliás, a fantasia ganhou ainda mais força no mainstream. Isso contribuiu de alguma forma para pensar sua escrita?

AG: Curiosamente, sempre que estou para escrever ou mesmo apenas elocubrar a respeito de novas tramas, eu evito consumir fantasia para não me contaminar, como digo. Infelizmente, pela profissão, tive que ver porcarias como séries como Anéis de Poder, Roda do Tempo e The Witcher — que são ótimas lições do que não fazer.

Capa de Império dos Mortos, lançado em 2021

SA: Apesar de ter saído há dois anos, você talvez agora esteja sentindo mais de perto, pela primeira vez, a recepção do Império dos Mortos – por causa da pandemia. Como tem sido essa resposta?

AG: Está sendo ótimo ouvir os fãs cara a cara, e não com marcações no Twitter ou Instagram. Foi triste encerrar a saga sem contato com o público. E pior que o livro teria saído em 2020, mas foi adiado um ano porque estávamos no auge da pandemia e o mercado tinha parado para entender como sobreviver.

SA: Sua obra sempre teve referências bem mais claras de espada e feitiçaria. Acha que esse tipo de trama ganhou força nos últimos tempos?

AG: Creio que abaixo dos super-heróis, a fantasia é o segundo grande produto de massa da cultura pop, do fenômeno Game of Thrones até as três grandes (em termos de investimento) séries que falei, fora o retorno de GoT na forma de Casa do Dragão.

SA: Você tem perspectivas e ideias de fazer mais coisas nesse mesmo universo? Isso é algo na sua mente, ou prefere partir para algo novo?

AG: Acho que serei o autor-de-uma-coisa-só. Tenho muita coisa para explorar em Baldúria. Pretendo continuar a saga em uma duologia e lançar histórias paralelas em quadrinhos, com a arte do Andrei Bressan, que fez o pôster 2023 da saga (para a Bienal e vindoura CCXP). A chamada “bíblia” do mundo é um documento que eu só aumento a cada dia, e sei que dele sairão mais livros. E quero fazer algo especial para 2025, quando o primeiro livro, Os Portões do Inferno, comemora dez anos de lançamento.

Comentários

Cláudio Gabriel

É apaixonado por cinema, séries, música, quadrinhos e qualquer elemento da cultura pop que o faça feliz. Seu maior sonho é ver o Senta Aí sendo reconhecido... e acha que isso está mais próximo do que se espera.

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