Chance the Rapper lança seu primeiro álbum, The Big Day

Quando estreou em 2012, com a mixtape 10 Day, o artista Chance the Rapper parecia que iria despontar logo logo. Sua sonoridade buscando uma mistura musical bem forte, em conjunto com letras, hora melancólicas, hora mais cômicas, para o jovem de – naquele momento – apenas 19 anos. Essa é a fase mesmo na qual grande parte dos rappers da atualidade tem feito seu grande estouro, talvez Lil Nas X seja o maior exemplo disso recente. Não houve grandes estouros nesse período, contudo as parcerias com Nico Segal e Vic Mensa, por exemplo, renderam uma posição de número 73 no top 100 da Billboard.

No ano seguinte, Chance, nome artístico de Chancelor Jonathan Bennett, melhorou ainda mais posições e chamou mais atenção mundialmente e, principalmente, nos Estados Unidos com a mixtape Acid Rap. Nesse trabalho, o cantor com 26º lugar de álbuns de abertura e 63º de R&B/Hip-Hop na Billboard. Aqui, BJ The Chicago King e Childish Gambino, dentre outros, fizeram participações especiais em feats.

2016 talvez tenha sido seu grande auge musicalmente com Coloring Book, sua terceira mixtape na qual teve recepção muito positiva tanto da crítica, quanto do público, chegando a estar presente em algumas listas de melhores álbuns do ano e ganhar o Grammy de Melhor Álbum de Rap. Faixas como “All We Got” (com Kanye West), “No Problem” (com Lil Wayne) e “Angels” (com Saba) trilharam essa obra para o 8º lugar no Top 100 da Billboard. Chance the Rapper não era mais uma promessa, mas já havia se transformado em uma realidade.

Três anos depois de todo esse gigantesco estouro, Chancelor resolve fazer seu primeiro álbum oficialmente. The Big Day continua a saga do artista de produzir e escrever – além de, obviamente, cantar – todos os seus materiais. Porém, ele busca ainda algo a mais aqui, especialmente no lado sonoro, na qual ele buscou uma influência bem forte do soul e do blues na base do seu rap. Segue, de alguma forma, uma tendência contemporânea da música pop de retomar esses elementos já clássicos, principalmente nao DNA negro. Chance segue isso.

Para contar ainda mais com essa questão, ele convocou alguns nomes diferenciados dentro da música. Nomes como Justin Vernon (Bon Iver), Gucci Mane, Timbaland, James Taylor, Nicki Minaj, John Legend, Ben Gibbard (Death Cab For Cutie), Randy Newman e até Shawn Mendes ajudam a contar essa trajetória. Seja pelo lado da produção, voz ou até musical, todos trazem uma perfeição conjunta.

Aqui há algo também meio diferencial no trabalho do tema. O rapper buscou dar um enfoque quase de uma trilha sonora/sountrack para seu casamento ocorrido em março desse ano com a modelo Kirsten Corley. Por isso, é interessante a existência de uma abertura para questões pessoais bem claras, porém não demonstrando falhas, mas sim as brincadeiras e profundo amor entre ambos. the Rapper claramente coloca todo esse CD para ela, demonstrando cada faixa para celebrar essas situações, como uma forma de marcar a vida.

Lançado no último dia 26 de julho, The Big Day otimiza bastante e apenas eleva mais o nome de Chance the Rapper como um dos grandes nomes americanos do rap e da música pop recente. Outros nomes gigantescos ganharam status ainda maiores durante todo esse período da década, quando Bennett transformou-se nessa tendência mundial. Nomes inclusive já citados aqui, como o caso de Gambino, e outros, como Kendrick Lamar. De fato, a música negra tem ganhado força cada vez mais ultimamente, retomando suas raízes históricas no soul, jazz e blues. Entretanto, a ideia especial da música e da arte em si é não ser apenas isso, mas juntar esses elementos e trazer diversidade e coisas a mais. E Chance, busca isso até o limite. Talvez seja esse o motivo de ser tão reconhecido.

Comentários

Cláudio Gabriel

É apaixonado por cinema, séries, música, quadrinhos e qualquer elemento da cultura pop que o faça feliz. Seu maior sonho é ver o Senta Aí sendo reconhecido... e acha que isso está mais próximo do que se espera.

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