Camila Cabello mostra que tem muito mais a oferecer como artista solo com “Camila”

Após uma série de parcerias que alcançaram posições favoráveis nos charts, Camila Cabello faz sua estreia solo na cruel indústria da música com um trabalho que acredita-se ser uma representação fiel de sua personalidade. Ou, pelo menos, da personalidade que ela deixa transparecer em suas diversas aparições públicas.

A cantora certamente tem tido motivos de sobra para se alegrar nos últimos meses: “Havana” se tornou um hit mundial e a muniu do sucesso e reconhecimento necessários para que sua gravadora investisse em uma boa campanha promocional para seu álbum de estreia. E estamos felizes que as coisas estejam indo muito bem, obrigado, para a artista.

Em “Camila“, fica muito evidente que os tempos de se subordinar aos moldes abusivos em torno do trabalho de integrar um grupo mundialmente famoso foram completamente deixados no passado. Talvez Camila esteja se referindo justamente a isso em “She Loves Control”, forte candidata a single do álbum, na qual a cantora se faz bastante verbal sobre o quanto gosta de estar sob controle de suas próprias ações.

O álbum homônimo é refrescante, jovem, étnico, emocional, frágil na medida certa. Não muito semelhante ao som pronto e empacotado – que nós não deixamos de amar, no final das contas – que a artista estava condicionada a fazer durante os anos como integrante do girl group Fifth Harmony.

Com um combo de letras pessoais e facilmente relacionáveis, uma produção com fortes influências acústicas e densamente latinas em diversos momentos, Camila Cabello não só abraça suas origens – o que significa muito, a considerar o contexto político norte-americano neste momento -, como ultrapassa suas concorrentes com um álbum de estreia que é perfeitamente narrado sob um ponto de vista essencialmente jovem-adulto.

A cantora optou por não entregar um longplay repleto de canções que seguiriam pelo caminho mais óbvio: abordando sua problemática saída do grupo, como sugeria seu nome provisório, “The Hurting. The Healing. The Loving” – algo que pode ser traduzido livremente como “A Mágoa. A Superação. O amor”. Estamos diante de um trabalho que é como uma colcha de retalhos e os tecidos são diferentes referências musicais da música pop, que vão de Sia e Christina Aguilera a Lorde.

Talvez seja a autonomia recém-adquirida que faz Cabello soar como se estivesse muito confortável em sua pele, não saberíamos dizer. Mas estamos interessados em observar minuciosamente cada passo que ela tomar a partir de agora.

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