Crítica – Kursk: A Última Missão

Fatos históricos são sempre difundidos dentro da sétima arte. Momentos como bombas, guerras e até mais seguem como um certo padrão para fazer histórias, quase como uma tentativa de rememorar esse passado, seja pelo lado bom ou ruim disso. O cinema, inclusive, dá espaço para situações menores, as vezes menos difundidas ou até valorizadas dentro de conflito, por exemplo. Uma dessas é da submarino Kursk, na qual dá ao título do filme Kursk: A Última Missão. Apesar de não tão famosa, esse é um dos momentos mais marcantes de resoluções para vidas humanas na colaboração universal.

No longa, estamos em 2000. Durante um exercício com um submarino, toda a tripulação presente de marinheiros acaba sendo aterrada no fundo do mar. Eles, buscando de salvar, tentam contato externamente, que observa a dificuldade de realizar determinada missão. Com a ajuda do exército inglês, liderados pelo comandante David Russel (Colin Firth) busca colaborar na tratativa de retirar os homens de uma eminente morte. Entretanto as diversas falhas dentro do controle e complicadas relações internacionais cooperam para uma fuga muito mais complexa.

Acostumados com situações menores, é interessante ver o diretor dinamarquês Thomas Vinterberg embarcar em uma jornada de direção que busca o gigantesco. Nesse sentido, é possível fazer comparações bem diretas com Chernobyl, recente minissérie da HBO – apesar da produção aqui falada ter saído anteriormente no mundo. O fato é que ambas retratam um certo estado emergencial da Rússia, especialmente m um sentido de uma fuga das colaborações de ajuda com outros países. Se na série a intenção é buscar uma certa negligência por parte do governo do país, aqui é buscar um olhar desvalorizado perante aos marinheiros. Essa circunstância é retratada desde os primeiros minutos, com esses precisando vender seus relógios para conseguir uma pagar um casamento de um amigo.

Apesar de construir bem essa base dramática inicial, talvez o maior problema seja como Vinterberg utiliza essa relação dramática como motor do filme. Esses elementos, apesar de importantes, retiram todo o peso já tenso criado pela claustrofobia do ambiente do submarino. Ali é aonde reside a maior utilização de um certo desespero onipresente, sempre buscando através de planos fechados ou abertos, mas com pouquíssimos espaços vazios. Entretanto, quando somos colocados novamente para a trama de Tanya (Léa Seydoux) buscando informações de seu marido, Mikhail (Matthias Schoenaerts), a perda de um elemento maior é notória. Dessa forma, sempre que a produção busca o maior, ela encontra apenas o menor para querer se sustentar.

Kursk: A Última Missão até tenta, todavia parece apenas um lançamento genérico de situações eminentes com soldados, marinheiros, entre outros. A tentativa de buscar um lado humano muito forte, tira um impacto de uma trama que realmente consegue andar quando estabelece um conflito de suspense. Em seu drama, parece apenas querer se repetir, inclusive trazendo um final deveras convencional. Thomas Vinterberg parece querer trazer diversas pequenas estilizações (como a cena quando eles partem para o mar, por exemplo), porém sempre fundamentadas em apenas uma parte do longa. Todo desregulado, ele acaba sendo bem mais comum do que parece.

Comentários

Cláudio Gabriel

É apaixonado por cinema, séries, música, quadrinhos e qualquer elemento da cultura pop que o faça feliz. Seu maior sonho é ver o Senta Aí sendo reconhecido... e acha que isso está mais próximo do que se espera.

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