Em edição com maior número de atrações, Lollapalooza dá mais destaque para funk e o rap

Nesta última quinta-feira (10/10), o Lollapalooza Brasil finalmente anunciou o seu line-up para a edição de 2020. Com 75 atrações (a maior da história do evento no Brasil), as atrações principais ficam para dois nomes já bastante conhecidos do público: Guns N’ Roses e The Strokes. Já a novidade em terras nacionais é Travis Scott. Essa escolha de headliners, assim como em anos anteriores, mostrou de vez o espaço que o rap/hip-hop ganhou durante esses anos no Brasil. Agora, isso se consolida ainda mais com os participantes, inclusive dando abertura ao funk.

Um levantamento feito pelo Senta Aí consolidou a tendência de queda do espaço dado ao rock/eletrônica, os carros-chefes desde 2012. Desde que o festival voltou a ter 3 dias, em 2018, o número de artistas e bandas de rock (contemplando o indie rock e outros subgêneros aqui) passou de 23 para 19 nesse ano, chegando a 11 em 2020. Isso representa uma queda de mais de 50%. A eletrônica teve uma queda mais gradativa, contudo presente. Em 2018 eram 30, o recorde do gênero no Lolla, passando para 28 e chegando em 25 agora no próximo ano.

Esses dados terem sido inversos mostra a força consolidada do pop e do rap/hip-hop entre os convidados. Os dois estilos nunca haviam passado de 10 presenças em toda a história do evento, chegando a 14 e 15, respectivamente, na próxima edição. Para o rap, isso representa quase o dobro de 2019, que teve 8 apresentações (com destaque para o encerramento de Kendrick Lamar). O pop teve esse forte alavancamento de 2018 para esse ano, onde passou de 6 para 10. Agora, chega com nomes de peso, como o caso de Gwen Stefani, que vem solo ao Brasil pela primeira vez.

Se anteriormente esses gêneros tinham mais destaque em produções nacionais, agora os artistas de fora tem feito mais sucesso nisso. As batidas do hip-hop são os maiores exemplos disso, conseguindo diversificar bem suas aparições, desde nomes em ascensão, como Djonga, até o destaque de Travis Scott e Brockhampton. O gênero começou a sentir essa tendência positiva na versão de 2016, quando Eminem foi um dos headliners.

Outro estilo tendo sua voz sendo ouvida é o funk. Assim como o Rock in Rio deu destaque para o gênero agora em 2019 – chegando a ter Anitta no palco principal -, o Lolla seguiu a mesma tendência. Mc Kevin O Chris foi um dos que apareceu nessa primeira leva, junto com o destaque também de Ludmilla. Kevin, por sinal, já havia aparecido nesse ano pelo palco do evento paulista, sendo convidado por Post Malone em sua apresentação.

Tudo isso demonstra uma tentativa de buscar algo novo por parte da organização. Ao mesmo que, nesse line-up, pouca tentativa de ir além de um lado mais comum é feita. Se a diversificação dos gêneros parece cada vez mais frequente, talvez faltasse também um pouco de uma diversificação nas atrações – mesma crítica direcionada ao RIR. Apesar disso, é necessário aplaudir o esforço de um dos maiores festivais de música do país em integrar os diversos estilos e maneiras de pensar a primeira arte em três dias.

A edição de 2020 do Lollapalooza Brasil acontece entre os dias 3 e 5 de abril. Confira todas as atrações abaixo:

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Posted by Lollapalooza Brasil on Thursday, 10 October 2019

Comentários

Cláudio Gabriel

É apaixonado por cinema, séries, música, quadrinhos e qualquer elemento da cultura pop que o faça feliz. Seu maior sonho é ver o Senta Aí sendo reconhecido... e acha que isso está mais próximo do que se espera.

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