“Foi incrível ver Matéria Escura se tornando realidade”, diz Blake Crouch
Quando se fala dos grandes autores da ficção-científica contemporânea, é impossível não citar o nome de Blake Crouch. Escritor de livros como Matéria Escura, Recursão, Pines, entre outros, ele se vê cada vez mais na mídia por um motivo: suas obras não param de se tornar adpatações para o audiovisual. Até agora, apenas em formato de séries, entretanto caminhando também para o cinema.
Essa trajetória já aconteceu com Pines, que se transformou no seriado Wayward Pines, com duas temporadas e lançada em 2015. Agora, Matéria Escura se transformará em Dark Matter, produção da Apple TV+, ainda sem uma previsão de estreia oficial. No elenco, nomes como Joel Egerton, Jennifer Connelly e a brasileira Alice Braga. Mas Crouch tem receio do que podem fazer com seus livros. Por isso, deixou claro: “Se alguém vai adaptar Matéria Escura, que seja eu”, conta em entrevista ao Senta Aí.
E ele se envolveu diretamente no projeto desde o começo. Não a toa, é creditado como roteirista e showrunner de todos os episódios.
“Nós finalizamos as gravações em abril. Foi uma experiência incrível, a melhor que eu tive. Fico sempre com medo de alguém destruir a história, por isso não conseguiria pensar em outra pessoa adaptando. Eu senti que tudo foi feito no caminho certo, como eu queria”, afirma.
O mesmo não deve acontecer com os próximos projetos. Recursão teve os direitos vendidos para Shonda Rhimes para um filme e uma série televisiva. Já Upgrade, seu mais recente livro, teve os direitos para se tornar um filme adquiridos para produtora Amblin.
Aliás, Crouch esteve no Brasil justamente para divulgar o lançamento desse segundo livro citado, lançado em agosto pela editora Intrínseca. A história é de um agente que entra em um laboratório clandestino a procura de provas, mas acaba acordado em um leito de hospital depois de ser infectado por um vírus. Só que, diferente do esperado, ele agora parece ter ganhado quase poderes. Através disso, a obra destrincha a relação entre humanos, ciência e a tecnologia.
“Sou fascinado por imaginar como a tecnologia se relaciona com a humanidadade. Sempre achei a ficção-científica meio fria e focando muito na parte dos equipamentos, deixando de lado o humano nas histórias. Acho que as emoções são importantes e eu retrato isso aqui”, comenta. “É a minha história mais complexas, na ciência é o mais ocomplexo, e as questões que aborda são mais complexas que qualquer livro que fiz”.
Depois de ter criticado a forma como o sci-fi trabalhou a relação com a humanidade e a tecnologia, Blake Crouch ainda acredita que alguns autores tem feito um bom trabalho. Ele cita Andy Weir e Ted Chiang que, coincidentemente, também tiveram adaptações recentes de seus livros para o audiovisual. Porém, mais do que apenas a ficção-científica, o autor tem apenas uma vontade:
“Eu gosto de ler livros que me aninam, no fim das contas. Se eu leio algo que não me anima, normalmente eu desisto antes”, completa, aos risos.