O BBB22 acabou. E aí?

A edição de 2022 do Big Brother Brasil fracassou. Essa foi uma afirmação repetida a exaustão nas redes sociais desde que o programa começou, em janeiro deste ano. Talvez seja, talvez seja mentira, mas fato é que vimos um BBB de razoável para fraco, algo diretamente oposto das duas últimas edições, marcadas pela forte audiência e engajamento nas redes sociais. A direção da TV Globo claramente tinha percebido uma fórmula de sucesso, em misturar anônimos e celebridades, parecia querer fazer isso – novamente – até a exaustão. Mas possivelmente foi, justamente, essa tentativa de repetir fórmulas que vimos uma gigantesca queda em diversos parâmetros (só não no dinheiro da emissora, que faturou mais de R$1 bilhão com anunciantes).

Assim, é justo primeiro falar dos fracassos após esses dois anos. O principal deles bem no local que o programa mais se vanglorizava em anos recentes: a audiência. A final é o grande exemplo disso, já que registrou uma queda de 25% comparado a decisão de 2021. A conquista de Arthur Aguiar teve 25,9 pontos de média na Grande São Paulo, quando marcou mais de 34 pontos no mesmo momento do ano passado. É a terceira pior audiência nesse formato, perdendo apenas para o BBB 19 (25,1 pontos) e BBB 14 (23,7 pontos). Mesmo assim, é necessário trazer méritos, já que teve a maior votação em uma final da história do reality, com 751 milhões – sendo, também, a segunda maior de todos os tempos. Ou seja, podemos concluir que houve engajamento, só que de um público menor.

Seguindo, o outro ponto, e talvez o maior importante, foi a montagem de elenco. Obviamente, não dá para creditar com perfeição como os participantes atuarão dentro do BBB, isso é um fato. Porém, tentar repetir personagens de alguma forma não foi uma escolha tão acertada. Isso fica claro quando Vinicius e Eslovênia foram comparados a Gilberto e Juliette, respectivamente, a todo instante. O que rendeu foram pessoas distintas, como o próprio vencedor e Gustavo e Nathália, por exemplo. A falta de carisma desses brothers em conjunto também não colaborou. Ou seja, uma sucessão de erros que não criou um acerto, porém outro erro foi criado. Um melhor pensamento no elenco do próximo ano (quem sabe sem famosos, apesar de achar difícil de ocorrer), poderia ser uma das melhores soluções.

O Big Brother Brasil 2022 tentou até também se mostrar relevante, ao colocar Linn da Quebrada dentro da casa mais vigiada do país. Só que, mais uma vez, a tentativa foi frustrada. Lina não conseguiu conquistar tanto o público de uma forma geral, apesar de ser uma personalidade carismática. A pauta de pessoas trans poderia ter sido colocada de outro jeito, no entanto acabou aparecendo de forma um tanto quanto drástica, pelos diversos momentos que Eslovênia falou “ele” em vez de “ela”.

De super positivo mesmo, o que dá para ficar é o apresentador Tadeu Schmidt. Logo de cara, já conseguiu colocar sua forma de apresentar, além dos trejeitos e discursos. Disparado, talvez aquele que mais construiu o seu DNA para o Big Brother de cara. Um elenco melhor vai ajudá-lo ainda mais.

No fim das contas, não dá para chamar o BBB22 de um tremendo problema ou compará-lo com a edição de 2019, por exemplo. É fato que o reality caiu de produção, mas isso era previsível devido aos sucessos intensos das duas últimas temporadas. O caminho para o fim da pandemia e “essa diversão dentro de casa” que havia antes, pode, do mesmo modo, não ter colaborado. Apesar disso, a produção da Globo precisa, de algum jeito, corrigir o que saiu da curva por agora. É a melhor maneira de ainda ter um público que tem interesse no programa reaparecer, depois de ficar escondido neste ano.

Comentários

Cláudio Gabriel

É apaixonado por cinema, séries, música, quadrinhos e qualquer elemento da cultura pop que o faça feliz. Seu maior sonho é ver o Senta Aí sendo reconhecido... e acha que isso está mais próximo do que se espera.

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