“O ódio que você semeia” e a diferença social entre ter pele de cores diferentes

“Tupac disse que Thug Life, “vida bandida”, queria dizer “The Hate U Give Little Infants Fucks Everybody”, ou “o ódio que você passa pra criancinhas ferra com todo o mundo”.

“Às vezes, você pode fazer tudo certo, e mesmo assim as coisas dão errado. O importante é nunca parar de fazer o certo.

O ódio que você semeia conta a história de Starr, de 16 anos. A menina vive em dois mundos conflitantes: a escola particular onde estuda e o bairro pobre onde mora. A vida da menina parece ser equilibrada até que ela presencia a morte de uma amigo de infância, por um policial. Khalil era negro, o policial, branco. Khalil estava desarmado. Starr é a única testemunha.

A partir daí, uma rebelião começa. Alguns o chamam de bandido, traficante, outros circulam rumores que o amigo de Starr participava de uma gangue. Todos julgam de alguma forma. O bairro de Garden Heights começa a se revoltar e a fazer passeatas. Mas apenas Starr sabe o que aconteceu. E, mesmo com sua família sendo ameaçada de morte pelos policiais e pelos chefes do tráfico, será que ela deve levar isso adiante? Ou será que a morte de Khalil é apenas mais uma entre as milhares nas estatísticas?

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O livro aborda algo que vai muito além da morte de um jovem desarmado – apesar dessa questão ser bem séria e casos como o do livro não serem uma exceção: os privilégios. Com certeza, ao ler um livro, uma pessoa branca vai se identificar em alguma parte sobre os “benefícios” que ter uma pele clara trás. O simples fato do rapaz negro ter o carro parado por uma viatura sem motivo aparente, já mostra como ter uma pele mais escura afeta a sua vida social. O rapaz no livro é assassinado pois, ao julgamento do policial, ele iria pegar uma arma na porta do carro. Mas como se prevê um acontecimento desses apenas ao se mexer? E se Khalil fosse branco, a história seria a mesma?

Todas essas questões atingem o leitor diretamente e o deixam angustiado ao perceber o quão boa a vida dele é, ou o quão semelhante ela é. Se você é negro e de classe média/baixa, ou já viveu em favelas ou bairros periféricos, a história de Starr pode ser bem parecida com a sua.

O filme sobre o livro foi lançado nesta quinta, dia 06 de dezembro e está em exibição em poucas salas de cinema no Brasil.

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