Primeiras Impressões – Servant

A necessidade de contratar uma babá faz parte quase necessária para a família Turner. O filho de ambos está com certos problema de relacionamento, então, por esse motivo, chamam Leanne (Nell Tiger Free) afim de realizar o trabalho. Tudo seria perfeito, caso o bebê fosse verdadeiro. Ele, na realidade, é um boneco, que é tratado como real pela mãe Dorothy (Lauren Ambrose) e pela cuidadora. Enquanto isso, o pai, Sean (Toby Kebbell), desdenha de toda essa situação, chegando até a tacar o boneco no chão. Aquela realidade construída é verdadeira ou mentirosa para quem? Como saber isso? Esses mistérios são a porta de abertura para Servant.

A série, na qual terá 10 episódios em sua primeira temporada, foi criada por Tony Basgallop e possui um forte envolvimento de M. Night Shyamalan, como produtor-executivo e diretor de 2 capítulos. Segundo Basgallop, a inspiração da ideia veio “de ter filhos e alguém colocando esse precioso recém-nascido em suas mãos e o primeiro pensamento para mim foi:‘ Como posso deixá-lo cair? Como posso quebrá-lo? Estou pronto para ser pai e todas as mudanças que isso trará para minha vida? ‘Então, fiquei muito interessado em escrever sobre paternidade”, relata em entrevista ao The Wrap. Ele, porém, “sendo o tipo de pessoa que sou, procuro o lado sombrio das coisas e quero contar a história onde a paternidade deu errado, em certo sentido. E uma família aparentemente perfeita para o mundo exterior, mas depois de passar pela fachada, você percebe que tudo está quebrado”.

Toda essa ambientação criada gera uma sensação de certa insegurança para o telespectador. Todo o cosmo das cenas sempre escurecido, como se algo estivesse a espreita para atacar. Contudo, nada está, apenas a questão ilusória funciona a gerar um certo compretimento por parte da audiências. Nós, meros espectadores dessa história, buscampo entender cada dos motivos das personagens agirem daquelas formas, além de ganharmos sentimento de empatia e antipatia na mesma cena – especialmente na relação com o pai.

Essa construção vai tornando-se cada vez mais intrigante, a ponto de, no final do episódio inicial, o pai ouvir, pela primeira vez, o choro da criança. Novamente, retomamos o debate de verdade/mentira, além da fé nesse lado fantástico presente no ambiente social, algo típico dos filmes de Shyamalan. A passividade imposta por toda a direção, sempre em uma escalada nas pequenas tensões, geram a insinuação de que algo não está como deveria. Se é realidade isso ou não, há toda uma temporada para poder responder maiores respostas ou até abrir ainda mais perguntas ao futuro.

De fato, o que o início de Servant faz com o público é causar uma expectativa. Não apenas perante a essa narrativa e os seus desenrolares, mas também sobre os personagens e os seus possíveis caminhos. Nada ali parece estar realmente claro e existe todo um jogo proposto para não compreendermos até que ponto tudo é real ou tudo seria fantasioso. Não dá para concretizar com 100% de certa a participação do cineasta indiano no seriado, todavia suas influências parecem bem claras e óbvias ali, sendo consolidadas a cada passo. Agora, se teremos um plot twist próximo ao fim ou a trama poderá decepcionar a muitos, isso só realmente acompanhando a série.

Comentários

Cláudio Gabriel

É apaixonado por cinema, séries, música, quadrinhos e qualquer elemento da cultura pop que o faça feliz. Seu maior sonho é ver o Senta Aí sendo reconhecido... e acha que isso está mais próximo do que se espera.

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