A influência do Black Sabbath e a invenção do heavy metal
Os primeiros acordes de “Black Sabbath”, da banda e álbum de mesmo nome, dão a tônica do que aconteceria pela frente. Com influência clara do blues, o grupo usa dessa sonoridade mais limpa para traz toda sua influência de virem dos bairros industriais ingleses. Ali, houviam apenas batucadas e o trabalho a todo lado, uma multiplicidade de barulhos. E, caso seja possível definir esse início com uma palavra, é esse: barulhento. Completando 50 anos do lançamento de seu primeiro CD, Black Sabbath não apenas mudou a história da música, mas também do rock por si só. Eles, com esse trabalho, criaram o heavy metal.
Fundada em 1968, a banda tinha como seus integrantes o guitarrista Tony Iommi, o baixista Geezer Butler, o vocalista Ozzy Osbourne e o baterista Bill Ward. Interessante perceber como, em boa parte das equipes que fazem história dentro da primeira arte, sempre um ou outro acaba sendo renegado. Não é o que podemos falar aqui, visto que a sintonia e a relação desses membros é os que torna tudo único. Os riffs de Iommi geram clássicos como “Paranoid”, o peso de Butler é o necessário para a fundação de um novo gênero, a voz estranha e o jeito de Osbourne, além do talento de composição sonora de Ward. A junção é o que torna eles quem são.
O grupo teve diversas formações ao longo da história. Mas esse quarteto, responsável pelos quatro primeiros álbuns, modificaram a maneira de enxergar o blues na época. O Beatles já havia feito certos experimentos com “Helter Skelter”, todavia o verdadeiro peso do metal veio dessa criação atmosférica de 1970. O Sabbath torna-se relevante não apenas com isso, mas também em seu futuro. Um dos exemplos mais claros é a fase do vocalista Ronnie James Dio como um dos integrantes, gerando uma nova revolução do metal, possibilitando estilos mais pesados e líricos ao mesmo tempo com o CD Heaven and Hell. Impossível não destacar que esse é também o fundador da clássica mão relacionada ao rock.
A capa de Black Sabbath traz a mística necessária para aqueles jovens fazerem ainda mais sucesso. O mórbido de uma mulher, parecendo uma bruxa, sob um vasto campo gera uma sensação meio assustadora. Algo conectado, também, com o próprio título da banda, advindo de um filme de de 1963 de terror do italiano Mario Bava. “N.I.B.”, uma música sobre o ponto de vista do diabo se apaixonado por uma mulher. Era, definitivamente, uma banda do demônio.
Passados 50 anos, é impossível não observar a influência do Sabbath ainda nos dias atuais. O que seriam dos mais diversos grupos dos anos 70 – como Scorpions, por exemplo – ou dos da década de 80 – Metallica, AC/DC -, sem a influência pesada daqueles primeiros acordes. Nada mais marcantes que tudo tenha relação com o nome. Afinal, foram as palavras Black Sabbath que perduraram, e perduram, pela história.