Slipknot faz show empolgante, mas curto, no Rio

Os portões se abriram às 18h30 da Jeunesse Arena, na zona oeste do Rio, para um público de camisas pretas e na expectativa de ver a volta do Slipknot ao Brasil. Formados em 1995, o grupo ganhou uma dimensão nacional em nossas terras após a participação no Rock in Rio em 2011, no qual foi comentado como uma das grandes apresentações daquela edição. Passados 11 anos, a febre dos mascarados continua ainda presente em um público mais ávido para ver os clássicos do que qualquer novidade do The End, So Far, último lançamento deles, deste ano.

Só que havia um bom público atrás também de ver outra banda. No caso, a abertura, o Bring me The Horizon. Em uma apresentação curta, de cerca de uma hora, eles conseguiram animar os presentes que não os conheciam, ao mesmo tempo que fazer uma boa base de pessoas já mexer as cabeças e cabelos. Aliás, o que não faltou na pista na frente do palco foram rodinhas e muita animação. Claro, ajuda o fato do Bring ter um público já bem forte no Brasil e não vir para o Rio de Janeiro há alguns bons anos.

Passado algum tempo, começou a expectativa por parte dos metaleiros/headbangers para ver a chegada de Corey Taylor e companhia. E ela veio com cerca de 15 minutos de atraso. Primeiramente, sob “For Those About to Rock (We Salute You)“, clássico do AC/DC que foi incorpado em alto e bom na arena. Depois, a clássica canção de Billy Jo Spears, “Get Behind Me Satan and Push”. O público já estava na expectativa quando os primeiros riffs de “Disasterpiece” apareceram, levando todos os presentes ao delírio. Apesar de um pequeno erro de equalização inicialmente, que atrapalharam aqueles que estavam mais atrás de ouvir a voz de Corey, nada desanimou aqueles ali.

Foto: @fotodorapha/Jeunesse Arena

Aliás, um público que não lotou totalmente a Jeunesse. Era possível ver um grande buraco na parte de trás da pista premium e alguns espaços vazios nas partes superiores do local. Porém, esses gritaram do alto de suas vozes “Wait and Bleed”, o primeiro grande sucesso da banda a aparecer no setlist. “All Out Life” e “Sulfur” garantiram um início frenético, fazendo as primeiras pessoas já sentirem a famosa dor atrás do pescoço de tanto balançar a cabeça. Corey Taylor, um frontman apaixonado pelo Brasil, dá o tom como uma espécie de mestre de cerimônias do Slipknot no Rio de Janeiro. Entre as pausas, conversa o público sempre o valorizando e falando bem do país, além de alguns momentos motivacionais já reconhecidos.

No meio disso, mais bateção de cabeças, riffs grudentos e porradaria tradicionais do grupo. Aliás, muito bem requentados sempre na interação dos integrantes por completo, que quase flutuam no palco. Chamam a platéia, brincam com ela, e fazem uma espécie de sinfonia pesada. E isso o Slipknot sabe fazer de forma quase perfeita. “Before I Forget”, “The Dying Song (Time to Sing)” (do álbum novo), “Dead Memories” e “Unsainted” demonstram bem isso.

Em seguida, foi talvez a maior frustração no público, que viu boa parte do setlist que estava sendo seguido em turnês recentes não aparecerem. Músicas como “The Devil in I” ficaram de fora. Tudo bem que deram espaço para o período mais empolgante e maluco do show. A sequência “The Heretic Anthem”, “Psychosocial” e “Duality”, com uma brincadeira do vocalista dizendo ao fim da cada “perguntei se vocês querem mais uma música, arrasou a Jeunesse Arena, que cantou em plenos pulmões todas. “Custer” foi um introdutório para a sempre marcante “Spit it Out” ao vivo.

Voltando para o encore, o Slipknot apresentou “People = Shit” e “Surfacing”, padrões como canções finais dos shows, causando mais uma comoção generalizada. Talvez faltou aumentar ainda mais o setlist. Mas não que seja um grande problema, já que é impossível falar algo ruim da entrega de todos do grupo. Mais do que um show, o Slipknot sabe sim fazer uma gigantesca apresentação. E deixar isso marcado na cabeça de todos.

Comentários

Cláudio Gabriel

É apaixonado por cinema, séries, música, quadrinhos e qualquer elemento da cultura pop que o faça feliz. Seu maior sonho é ver o Senta Aí sendo reconhecido... e acha que isso está mais próximo do que se espera.

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