Vocalista do The Strokes é protagonista de uma das noites mais psicodélicas do ano

Estivemos presentes no show que marcou a volta de Julian Casablancas – vocalista do The Strokes – ao Rio de Janeiro, depois de mais de 10 anos. Com sua banda The Voidz, ele foi o protagonista de uma das noites de shows mais diferentes e psicodélicas do ano. Com três apresentações, a noite mostrou que é possível uma grande variedade em gêneros parecidos.

Promiseland

Tudo começou com o desconhecido Promiseland, uma espécie de DJ de rock que trazia a turnê para divulgar o álbum “Take Down the House”. Mesmo sem nenhuma música cantada pelo público, sua animação absurda contagiou todos os presentes, que dançavam e se empolgavam ao longo dos 30 minutos de show.

As canções misturavam bastante entre algo mais psicodélico, punk, eletrônico e alternativo. Com esses elementos em conjunto, uma originalidade acaba sendo criada e transforma suas músicas em algo extremamente diferente. Sua performance era algo muito além do palco – literalmente – com o artista andando pelo público dançando e chamando todos para pularem e cantarem com ele.

Talvez o maior lado negativo da sua apresentação seja a gigantesca necessidade de conversar com a platéia, que não entendia por completo a língua original. Com isso, momentos e caras de confusão com suas tentativas de conversa eram possíveis de ser vistos muito facilmente. Apesar disso tudo, esse, sem sombra de dúvidas, foi um dos shows mais diferentes do ano e a melhor abertura para a noite.

Rey Pila

Os mexicanos do Rey Pila chegaram na sequência com seu rock eletrônico, mostrando uma presença de palco incrível e uma áurea muito bem realizada no show. A iluminação também ajudou muito nesse clima diferente, algo que chamou muito a atenção do animadíssimo público.

O setlist – composto por 10 músicas – priorizou uma mistura entre o último álbum da banda, intitulado “The Future Sugar”, e o EP “Wall of Goth”, lançado esse ano. Entre os maiores destaques, “Alexander”, “Surveillance Camera” e “Ninjas” foram as mais comemoradas e dançadas pela platéia.

A química entre os presentes e o grupo parecia tão bem feita, que ainda teve espaço para um “Parabéns pra você” para o guitarrista. Dentro disso, muito se mostrava pela grande presença de palco do carismático vocalista Diego Solórzano, que dominava as canções e o seu timbre de voz com uma perfeição inacreditável.

Apesar de também não ser tão conhecida, Rey Pila conseguiu fazer a melhor apresentação da noite, com uma demonstração que o rock mexicano, misturado com a música eletrônica, podem criar uma das combinações mais bem feitas entre os latinos atualmente.

Julian Casablancas + The Voidz

A grande atração da noite entrou no palco do Sacadura 154 por volta de 0:30 para o mais esperado. Julian Casablancas comandou a banda The Voidz com o show mais fraco da noite. Musicalmente, as composições são bem interessantes e alguns arranjos de guitarra e bateria chamavam atenção do público, mas – em termos de apresentação – tudo foi extremamente fraco.

É sabido que o astro do The Strokes não possui uma presença de palco maravilhosa, mas ele parecia um pouco distante da audiência, algo que desanimou alguns fãs. A interação também se mostrou em um nível mínimo possível, o que não ajudou em nada as músicas com um ritmo mais lento, chegando até a dar sono.

Apesar disso, algumas canções como “M.utually A.ssured D.estruction”, “Where No Eagles Fly” e “Nintendo Blood” mostraram o bom setlist escolhido na performance. Mesmo assim, “Instant Crush” fez falta. Apesar de tudo, Julian Casablancas + The Voidz realizaram um show razoável com grandes momentos musicais, mas que decepcionou para fechar a noite. A volta do artista ao Rio de Janeiro poderia ter sido bem melhor e bem mais divertida.

O final da apresentação ficou marcado por uma grande dúvida, devido a saída repentina do grupo no palco. Sem voltarem para um bis final ficou parecendo que alguns minutos se mostraram perdidos para os fãs que aguardaram bastante tempo pelos músicos.

 

Créditos das imagens: Isabela Toscano/Beulasartes

Comentários

Cláudio Gabriel

É apaixonado por cinema, séries, música, quadrinhos e qualquer elemento da cultura pop que o faça feliz. Seu maior sonho é ver o Senta Aí sendo reconhecido... e acha que isso está mais próximo do que se espera.

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