Nova série do Globoplay é baseada em Thread do Twitter
Baseada em uma thread no Twitter (as publicações sequenciais), Eu, a Vó e a Boi é a mais nova realização de Miguel Falabella para a Globo. Quem primeiro teve contato com essa história foi Glória Perez, que logo repassou para Miguel, na qual ficou apaixonado por toda essa confusão envolvendo duas vizinhas. No caso, o transportado nessa adaptação vai para um outro caminho, colocando ambas como irmãs – na realidade elas não são. As duas, morando uma da frente da outra a mais de 60 anos, vivem um caso de ódio eterno, aprontando de tudo uma com a outra, inclusive chegando até as máximas consequências.
Quem narra a história do seriado, também diferente do mundo real, é Roblou (Daniel Rangel), que acaba vivendo uma complexa vida nesse meio. Tudo incia-se para ele, de verdade, quando reencontra a paixão de infância Demimur (Valentina Bulc), algo que acontece no fim do primeiro episódio. Ainda existem diversos outros personagens espalhafatosos, todos criações de Falabella. Um desses casos é Norma (Danielle Winits), a mãe do personagem principal. Ela vive falando gírias e trabalha como recepcionista em uma boate gay. Isso para citar apenas um dos exemplos.
Para a escolha de interpretação das avós, nada poderia ser melhor. Yolanda, a Boi, é feita por Vera Holtz, retomando um papel mais cômico após um período longo em sua trajetória. Já Turandot é feita por Arlete Salles. Essa segunda parece mais contida dentro da produção, explorando sua personagem como uma caricatura a todo instante. Pode chegar até vias de incomodar a alguém, todavia funciona no tom de comédia de absurdos proposto.
O maior problema da história fica em torno da tentativa do roteiro de deixar tudo meio apressado. Pode ser pelo fato da produção ter apenas 6 episódios com média de 30 minutos cada? Talvez. Entretanto, é impossível não culpabilizar uma tentativa de repetir diversas das situações nas brigas entre as irmãs. Não necessariamente precisa existir um motivo para essas desavenças – algo que é até bastante intrigante -, porém um mínimo de motivo para cada briga acontecer é necessário. E esse, em muitas ocasiões, passa em branco.
Sendo bastante curta, direta e um pouco engraçada, a série vale a pena ser assistida mais por uma questão de curiosidade. Seus problemas não estão apesar nesse sentido apresentado anteriormente, mas complementam uma lista sem final. Tudo fica altamente superficial aqui, inclusive a própria comédia. Para não falar de todo mal, os três primeiros capítulos conseguem funcionar bem dentro da proposta estabelecida. Com o resto? Eu, a Vó e a Boi passam bem longe.