A trajetória de The Witcher até a série

Estreando nesse dia 20 de dezembro (sexta), a série The Witcher é mais uma a entrar na tendência de produções voltadas ao universo da fantasia medieval. Subgênero da fantasia sumido durante bastante tempo, ele retomou as suas forças com o estroundoso sucesso de Game of Thrones. Essa questão ainda colocou mais em pauta o retorno do Senhor dos Anéis, por exemplo, como produção televisiva no Prime Video, além de trazer diversas tentativas para outras mídias, como o caso de O Sétimo Filho. Apesar disso tudo, se tem algo que The Witcher não tem é ser genérico ou andar com a onda. Baseado em uma série de livros, essa história perpassa muito mais.

Tudo, na realidade, começou nos anos 80, com o escritor polonês Andrzej Sapkowski. Ele iniciou, em seu país natal, uma intensa vontade de escrever histórias mais voltadas a um público adulto – com cenas de sexo e batalhas sangrentas -, além de possuírem um intenso grau de diversão. Assim começou a escrever sobre o personagem Geralt, na qual é interpretado por Henry Cavill dentro do seriado americano. Ele seria um dos bruxos restantes nessa terra medieval assolado por demônios e monstros. O homem, da cidade de Rívia, não mata ou ataca outros humanos, apenas aqueles com o objetivo de confrontar a espécie regente na Terra.

Esses primeiros contos foram publicados na revista polonesa Fantastyka e, logo depois, já em 1990, compilados em formato de livro com algumas dessas histórias escritas. Logo após tudo isso, o autor compilou ainda mais contos em publicações maiores, tendo sido O Último Desejo a última, todavia a primeira na ordem cronológica. As histórias de contos pararam por aí, dando espaço a uma entrada no mundo dos romances maiores por Sapkowski. Ele, dessa forma, enveredou a um caminho de arcos maiores, que acabaram por se relacionar sempre entre si, além de trazer personagens de outros enredos anteriormente apresentados.

Entre os anos de 1996 e 1997, a empresa de games Metropolis Software começou a desenvolver uma primeira tentativa de adaptar o livro para outra mídia. O diretor da empresa naquela época, Adrian Chmielarz, acabou por criar um certo modelo possível em uma trama de RPG, com diversos elementos de aventura e muitos pontos a serem ganhos. Esse é, inclusive, o responsável pelo nome internacional The Witcher. Entretanto, nem tudo são flores e o projeto acabou cancelado, sendo apenas reestabelecido no ano de 2007, pela CD Projekt RED. O jogo não buscava ser uma adaptação, porém sim uma continuação a tudo aquilo apresentado antes na literatura.

O sucesso foi imediato, permitindo sequências acontecerem. A primeira foi The Witcher 2: Assassins of Kings, de 2009, que acabou por levar a história a outros caminhos e estabelecer um certo lado de dificuldade extrema para o jogador. Enquanto essa fase dos games eram chamados por jogadores de “fáceis” demais, The Witcher enveredava para uma quase impossibilidade. Em 2015, a trilogia foi completa com The Witcher 3: Wild Hunt, na qual tornou-se o jogo mais aclamado dos três, inclusive ganhando o troféu de Melhor Jogo do Ano no The Game Awards, o Oscar dos videogames. Esse game ainda é dito por muitos como um dos melhores de todos os tempos.

Apesar de nunca ter tornado-se uma aclamação completa em solo brasileiro, The Witcher virou uma febre mundial, em um nível similar a outras franquias de fantasia medieval. Os livro deram origem não apenas aos jogos, mas a histórias em quadrinhos, RPGs, jogos de tabueiro e muito mais. Além disso, obviamente, produtos não poderiam faltar, como copos, estátuas, camisetas e tudo relacionado a essa gigantesca franquia. Isso tudo deverá gerar ainda mais impacto com a série para a Netflix, chegando em um dos períodos mais auges de sua história. Agora é saber se Geralt se transformará em um Frodo no futuro.

Comentários

Cláudio Gabriel

É apaixonado por cinema, séries, música, quadrinhos e qualquer elemento da cultura pop que o faça feliz. Seu maior sonho é ver o Senta Aí sendo reconhecido... e acha que isso está mais próximo do que se espera.

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