Entre Vinho e Vinagre é uma comédia aquém de seu potencial

Quanto mais alto se voa, maior é a queda.

Esse famoso ditado popular também cabe muito bem à expectativas. Embora uma certa excitação seja impossível de se conter em alguns casos (estou falando com você, Star Wars), é recomendado manter as esperanças baixas ao esperar muito de um filme. Se elas forem correspondidas ou superadas, melhor ainda. Caso contrário, o terreno já estava preparado. Curiosamente,  Entre Vinho e Vinagre fica no meio do caminho.

O filme original da Netlix chega carregado de expectativa por marcar a estreia da comediante Amy Poehler como diretora. Além disso, o elenco reúne diversas estrelas da comédia americana e colegas de elenco de Poehler no Saturday Night Live, nomes grandes como Maya Rudolph, Rachel Dratch, Tina Fey e Ana Gasteyer, além de artistas como Jason Schwartzmann, Paula Pell, Cherry Jones, entre outros.

A premissa é sobre um grupo de amigas que se reúne para comemorar o aniversário de 50 anos de Rebecca (Dratch). A viagem é planejada por Abby (Poehler), que faz de tudo o possível para que seja um final de semana perfeito e divertido para todas. Entretanto, nenhum grupo é impecável e não demora muito para que antigas tensões ressurjam entre elas, colocando em risco a tão esperada viagem.

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Mesmo com uma premissa básica (só esse ano já deve ter umas três críticas de filmes similares aqui no Senta Aí), fica difícil não ficar minimamente interessado em um filme cercado de figuras tão queridas e talentosas. Mas a vida é assim, sempre disposta a te manter humilde.

O longa não perde tempo, te apresentando ao grupo original e ao rumo que o filme irá seguir nos primeiros quinze minutos, através de uma montagem durante os créditos iniciais. É através desta montagem que temos conhecimento de como funciona a personalidade e a rotina de cada componente da turma, de maneira rápida e descontraída. Feitas todas as apresentações, a viagem finalmente começa.

Para a surpresa de poucos, o maior trunfo de Wine Country é seu elenco. Toda a equipe feminina tem uma boa química, o que contribui para o envolvimento de quem está assistindo com a amizade sendo apresentada em tela. As particularidades, defeitos e problemas de cada uma, no entanto, são distribuídas de maneira desigual. A personagem Jenny está lá por um motivo cósmico desconhecido, já que ela não acrescenta nada à trama em momento nenhum nem possui tiradas humorísticas de destaque. Quem mais se destaca em tela é a Naomi de Maya Rudolph, não só pela bem inserida subtrama sobre câncer de mama mas também pela veia cômica impagável da atriz, inspirada como sempre. Tina Fey aparece pouco como a incomum Tammy, mas também reserva boas risadas ao público com uma figura interessante e inusitada.

O filme começa muito bem, com uma harmoniosa união entre roteiro e elenco, dando espaço para que as atrizes tirem o maior proveito possível do texto, mas nada excepcional. É quando os problemas e conflitos começam a ser apresentados e desenvolvidos que tudo desanda. O humor perde o fôlego, assim como o ritmo do filme, comprometendo o resultado final. A direção de Poehler não apresenta grandes defeitos, mostrando-se como uma estreia segura e certeira.

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No final, o público percebe embora os 104 minutos do longa não sejam arrastados ou lentos, ele poderia facilmente ter uma duração menor. Embora seja uma comédia agradável para uma noite de sexta-feira e um boa estreia para Amy Poehler atrás das câmaras, Entre Vinho e Vinagre não possui nada que o destaque das outras comédias atuais além do elenco estelar e do inevitável sentimento de oportunidade perdida para que houvesse um brilho maior.

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