Jogos de estratégia merecem uma continuação!

Com o passar do tempo, o gênero de RTS (real-time strategy ou estratégia em tempo real) vem continuamente perdendo seu espaço para seu subgênero, os MOBAs (multiplayer online battle arena ou arena online de batalha multiplayer). Mesmo que ainda exista grande popularidade do gênero pioneiro na Coréia do Sul (que sempre foi grande fã de Starcraft), ao redor do mundo, League of Legends e Dota conseguiram legiões de fãs e reconfiguraram o cenário de games (sendo eles competitivos ou não), culminando assim a uma certa “morte” do seu progenitor.

Imagem do último grande campeonato brasileiro de League of Legends, o CBLoL, realizado em 2017.

Atualmente, é possível ver um interesse gradualmente novo no gênero de estratégia, com desenvolvedoras apostando no que seria o maior exemplo de como a Blizzard, fazendo sua versão remasterizada do clássico StarCraft original, arrecadaria a atenção não só do mercado asiático nostálgico, mas do público ocidental jovem também.

No dia 21 de agosto, para ser mais preciso, a Microsoft anunciou Age of Empires IV, a sequência de uma franquia tão querida pelos fãs e que não possuía um lançamento original desde 2007, quando teve sua última expansão lançada: Age of Empires III: The Asian Dynasties. Sendo o primeiro título da franquia não produzido pela Ensemble Studios mas sim pela Big Huge Games (criadora da série Rise of Nations), o novo AoE será produzido em conjunto com a Relic Entertainment, responsável por Dawn of War e Company of Heroes, franquias sucessoras do padrão estratégico do jogo original da Microsoft.

 

Em 2014, a maior cena competitiva de Age of Empires II (jogo lançado em 1999) lançava seu maior prêmio já visto desde o ano de lançamento do jogo! Com um prêmio de 120 mil dólares para o primeiro lugar, o campeonato teve direito até a brasileiros (que são a larga maioria até hoje em desempenho no jogo!). Hoje em dia, graças a remasterização do jogo original, disputas online ainda mantêm um dos mais clássicos jogos competitivos de todos os tempos. No ranking mundial que é atualizado até hoje, podemos ver seus os maiores jogadores. Infelizmente, o efeito dos MOBAs apagaram o fogo do mercado dentro do jogo, fazendo com que os melhores jogadores faturem menos de 2 mil dólares por ano. Em comparação com os atuais campeões de Dota 2, esse número não é comparável nem com campeonatos regionais.


Com esse novo interesse pelo gênero, não se pode deixar de pensar em outros títulos que mereciam continuações depois de tanto tempo, incluindo a sua devida ressuscitação em gênero e mercado!

O primeiro que salta na memória é, sem dúvidas, o clássico Age of Mythology. Sendo um derivado dos passados Age of Empires, permanece um jogo incrível e que despertou e desperta a paixão pela mitologia em muitas pessoas, principalmente em seu modo de contar e passar por fatos históricos em campanha.

O jogo tem um campanha extremamente interessante na qual o jogador acompanha Arkantos, um cidadão de Atlântida que passa por diversas civilizações. Atualmente, com tantos títulos da cultura pop com influências mitológicas como God of War (inspirado na cultura grega), seria um excelente momento para um mais novo título da série focado na mitologia nórdica, que anda em ascensão na mídia principalmente com séries como Vikings ou Thor, da Marvel.

Com esse contexto atual em mente, os fãs não deixam de se perguntar a razão de não produzir um Age of Mythology 2. Existe muito potencial em tal título, e com o poderio gráfico dos dias de hoje, criaturas mitológicas ficariam incríveis de serem controladas ao lado de seu exército de Hoplitas. Nos campos de batalhas épicas e das lendas de tantas culturas, o tanto de possibilidades dança em nossas mentes com o que poderia ser criado.

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Screenshot de The Lord of the Rings: The Battle for Middle Earth II

Outro game que não se pode deixar de citar é The Lord of the Rings: The Battle for Middle Earth II. Diversos pequenos detalhes tornam esse jogo muito divertido: suas unidades serem controlada em grupos, como um grande exército; o fato de sua cavalaria se comportar como um cavalo real e atropelar os inimigos invés de parar ma frente deles para atacar; sem contar as diversas criaturas surpreendentemente bem personalizadas do universo de Tolkien que você pode controlar. Na época de seu lançamento, a jogabilidade e o motor gráfico eram incrivelmente pesados de lindos, mas o mais interessante de tudo é como ainda se destacam em comparação ao que temos hoje, 11 anos depois.

Não se pode deixar de imaginar o quanto de avanço pode ser feito em um The Lord of the Rings: The Battle for Middle Earth III, caso fosse lançado. Com sua ultima expansão saindo a pouco mais de 10 anos atrás, o título é mais um que mereceria uma necessária continuação, atualização e permanência nesse vasto mundo do gênero de estratégia virtual.


Após passarmos por tantos marcos na cultura não só dos jogos mas da humanidade em si, percebemos quanto poder narrativo e estratégico o mercado de games sempre teve e nunca o deixou pra trás. Gêneros ”mais datados” como a estratégia em tempo real foram pilares da evolução gráfica, artística e até da programação em seu longo começo, 25 anos atrás. Em épocas de remasterizações e adaptações para as próximas gerações competitivas, o potencial de atualizar a cultura da lógica fica em nossas mãos e em oportunidades infinitas mas que vemos não se compactuar com a demanda do mercado, infelizmente. Ao que se dizia a evolução do xadrez a décadas atrás, pensamos o que poderia ser feito de extraordinário em relação a jogos tão ricamente cultuados, e como mostramos acima, atemporais hoje.

Com empresas que comandam Company of Heroes e até os novos Sid Meier’s Civilization, percebemos que ainda temos tempo de nos redimir a boa e velha estratégia em seu tempo.

E você? Sente falta do espírito competitivo e mecânico dos jogos antigamente? Quais jogos de estratégia merecem sua devida ”ressuscitação”?

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