#LolladeCasa – Resumo do primeiro dia de Lollapalooza Brasil 2023

Finalmente! Chegou aquela época do ano na qual as ruas da maior metrópole do país ficam enfestadas com gente hipster, adultos com boné 5-panel carregando um skate nas costas (how do you do, fellow kids?) e adolescentes desvanecidos com fraldas geriátricas pra não ter que ir no banheiro durante o show. Ô coisa boa! Que clima bom!

Nesta sexta, no início do Lollapalooza Brasil 2023, São Paulo registrou efervescentes 32 graus às 2 da tarde – horário em que as portas para o festival se abriram. Imagina estar lá nesse sol pra conferir os grandes shows de bandas como Anavitória, Lil Nas X e Conan Gray? Deus me livre. É por isso que a gente fica em casa.

E como um bom espectador televisivo de um dos maiores festivais de música do país, eu tenho breves pensatas a compartilhar com todos vocês sobre o que eu vi. Tá curioso pra saber como foram os shows? Tava trabalhando na hora e não sabe se deve pegar o replay ou não? Deixa comigo, rola pra baixo aqui!

Anavitória (15h)

Essas aí sofreram no sol ein. Ainda mais elas que são todas tipo neo-hippies e ficam descalças no palco, noooossa deve ter ardido os pé, coitadas…

Mas falando musicalmente agora, vamo.

Foi uma luta dura colocar Anavitória nesse slot da tarde. Botar elas com um público que também estava sofrendo no sol e com calor foi uma experiência um tanto difícil, foi uma audiência extremamente dura de se agradar. Mas ao menos a dupla tinha lá seus 50 fãs dedicados que cantaram em alto e bom som alguns trechos das músicas ultra-suaves e açucaradas de Ana Caetano e Vitória Falcão. O setlist foi o mesmo de sempre, ainda mais que Anavitória não teve nenhum projeto novo em especial pra divulgar com esse show. Set foi feito de praticamente os biggest hits das duas (e participações que fizeram com outros artistas que também ganharam notoriedade nas paradas) – mas eu meio que senti falta de Geleira do Tempo, música sensacional composta por Tó Bradileone e pela própria Ana que foi alvo de colaboração com Jorge e Mateus.

A experiência de palco delas com certeza contou pra conseguirem entregar um show competente, presença ao vivo elas com certeza tem muita. Algumas músicas, claro, não pegaram muito bem com a vibe do negócio (as mais lentas, digamos) mas em geral foi um show envolvente. O talento melódico da compositora Ana Caetano é inegável. Assim como outro artista que vamos comentar já já, a potência das músicas, a qualidade popular e o alcance, acabou sendo o que salvou a apresentação.

Modest Mouse (16h)

A banda indie que metade da cena indie nem lembra mais que existe! Olha eles aí de novo minha gente. E olha, eles vieram pra comemorar a carreira mesmo sem muitas novidades e com uma espécie de homenagem pro bateirista Jeremiah Green que faleceu em 2022. Um show repleto de hits também, saindo diretamente da coletânea que o grupo com certeza em breve lançará pra encerrar a carreira. O concerto foi agradabilíssimo, tocaram absolutamente todas as canções que os fãs queriam ouvir e certamente conseguiram captar alguns novos ouvintes que irão atrás do catálogo do Modest Mouse no Spotify.

Sem muita firula e só com música boa na frente de tudo. Excelente show mesmo. Vale a pena ir atrás quem perdeu.

Conan Gray (18h)

Apesar de ter um repertório até que decente, sendo parte da curadoria mais do que especial do produtor Dan Nigro – o mesmo que lançou Olivia Rodrigo à fama – nosso meninão Conan aí não tem lá muita presença de palco. Pra ajudar, a banda do garoto também é zero energia (e suponho que zero volume também, pois a maioria é tudo playback, para alegria de Régis Tadeu).  O que realmente salva a experiência é justamente o potencial das músicas. Gray tem um catálogo cheio de canções com refrões ecoantes, explosivos e que fazem a garotada perder a cabeça facilmente.

As músicas do rapaz são bem gostosinhas, algumas até tem a participação do genial compositor Tobias Jesso Jr. Foi um show que, em sua maioria, não valeu nem metade do dinheiro investido caso você fosse somente fã desse artista e tivesse que pagar um passe de festival para vê-lo. Mas mesmo assim, foi como se ligassem o YouTube no sistema de audio e vídeo do Lolla e deixassem a galera endoidar sozinha. Destaques para Maniac, Heather e Memories como pontos altos.

Lil Nas X (20h)

Olha, ele tem no máximo duas músicas fortes. O restante do negócio é só performance e estilo mesmo. Até chamou a querida Pabllo Vittar pra tomar um cafézinho no palco e acabou sendo um dos momentos mais divertidos da noite. O show inteiro parece ser nesse intuito mesmo, algo bem teatral que não é só sobre a música. Não vale muito a pena conferir postumamente, mas fica o registro que foi um ponto importante da noite.

Billie Eilish (21h)

A headliner da noite! Chegou o momento. Um infinito mar de fãs aguardava a cantora e certamente para eles ela não desapontou. Daqui de casa, no entanto, foi um pouco diferente. Não vou nem entrar no mérito do show ter sido feito com um playback por boa parte de sua duração, deixa isso pra lá, não vale a pena. Vou somente analisar como a dita cuja performou.

Durante o estágio inicial do show, Eilish é pouco simpática. Em meio a batidas robóticas de um eletrônico que deixaria a geração inglesa dos anos 2000 orgulhosa, Billie meio que desaparece em seu próprio show em virtude de uma apresentação sombria e artificial. O negócio só começa a esquentar quando ela deixa de lado esse momento dark-EDM dela e começa a mostrar suas canções que tem uma maior variedade sonora. As baladinhas de piano (ainda que cheias de sintetizadores) e a sessão acústica do show de Billie são com certeza o momento que ela mais se conecta com os fãs.

Outro destaque fica pra “Ocean Eyes”, “Xanny” e a faixa de encerramento “Happier Than Ever” – essa que energicamente FERVEU a multidão e acabou fazendo valer todo o esforço e toda a fralda geriátrica que seus fãs compraram pra essa noite.


Bom, por hoje é isso meus amigos! Amanhã será um dia ainda melhor pra quem gosta do tal gênero EMO. Amanhã simplesmente tem The 1975, poxa. Estou ansiosíssimo. Os aguardo aqui novamente em breve, até mais.

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