Coluna do Pedro | Os álbuns pop do primeiro trimestre de 2020

O primeiro trimestre de 2020 nos presenteou com varios trabalhos de música pop bons e devidamente interessantes. Artistas que vieram com propostas diferentes de álbuns anteriores, artistas que crescerem e outros que seguiram com maestria o que fazem de melhor. Confira os destaques:

RARE – SELENA GOMEZ 

Entre muitas polêmicas, a volta ao mundo da música de Selena Gomez era muito esperada. Lançando diversas colaborações de sucesso desde seu ultimo trabalho, o Revival, a cantora decidiu lançar um confessional single de comeback: “Lose You To Love Me”. Fazendo muito barulho, a faixa é excepcional e correspondeu as expectativas em relação ao seu trabalho. No entanto, ao liberar, o álbum recebeu reações mistas. Em um conjunto de faixas que mostram pouca evolução ou qualquer letra que diga algo fora do genérico, a artista me decepcionou. Com poucas músicas que consigo gostar (“Rare” e “Ring”, diga-se de passagem), Selena dá para os fãs um trabalho mediano e que não diz nada além do que eles já sabiam.

Contudo, nem tudo estava perdido, pois foi lançado uma versão deluxe do album, com faixas adicionais que fazem tudo que as faixas originais não fizeram. “Boyfriend”, “She” e “Souvenier” são excelente músicas que trazem o melhor que a Selena Gomez pode fazer.

Escrevi mais sobre ele aqui.

MANIAC – HALSEY 

De todos os álbuns dessa lista, esse é o que eu sou mais suspeito de falar. Apesar de controvérsias sobre seu talento ou não, Halsey sempre encontra um jeito de me conquistar com as suas músicas. Aqui, ela exprime tudo que estava guardado em si depois de relacionamentos conturbados e uma vida pública cheia de críticas. Logo no mega hit que foi “Without Me” entendemos qual o caminho que as músicas da cantora nos levariam. Seguindo esse mesmo padrão de pop, um pouco mais indie eletrônico característico da cantora, há uma viagem nos seus sentimentos. É incrível.

Destaque para a excelente “3am”, onde ela explora um lado instrumental diferente do usual, e, também, “graveyard”, que a cantora fez um excelente trabalho de divulgação.

AFTER HOURS – THE WEEKND

Não precisando provar nada pra ninguém, The Weeknd nos transporta para seu novo universo de trabalho, onde ele resgata os anos 80 mais do que nunca. Isso já rondava seus trabalhos com influências, mas agora está nas veias o projeto. Ele pega seus sintetizadores e faz uma homenagem a Thriller da forma mais autentica que um artista pop masculino já conseguiu fazer. O destaque vai para “Blinding Lights”, claro, mas a que eu não consigo parar de ouvir é “In Your Eyes”.

CALM – 5 SECONDS OF SUMMER

Vindo em uma crescente desde o começo da carreira, quando eram apenas uma banda de amigos da One Direction, o 5 Seconds Of Summer mostra uma evolução de seu som sem perder sua essência. O pop rock dos meninos já tinha ganhado uma notoriedade maior em Youngblood, seu álbum anterior. No entando, é em CALM que percebemos a virada de chave para a banda alcançar outros públicos que não o teen. Eles encontram o equilíbrio entre suas letras acessiveis para identificação, com um som que está mais perto do rock indie em que outras bandas atuais trazem. O caminho encontrado é onde não são tão “felizes” quanto Imagine Dragons ou Maroon 5, mas também não é tão “obscuros” quanto Arctic Monkeys ou The Killers. Algo parecido com Harry Styles. Podemos perceber isso nas ótima “Red Desert” e em “Wildflower”. Conseguindo bons números e posições em charts, o álbum traz excelentes singles, como “Teeth” e “Easier”. 

FUTURE NOSTALGIA – DUA LIPA 

Não tinha como começar uma lista de melhores do primeiro semestre sem citar um dos melhores do ano, o que tem buzz de Grammy e, digo sem medo de errar, que vai estar nos melhores da década. Dua Lipa presenteia os fãs de pop com o que eles mais gostam: álbum com conceito e estética definidos, música boa e referências inteligentes. Deixando os anos 70 e 80 orgulhosos, ela nos entrega um pouco de disco, muito sintetizadores e samples de velhas conhecidas. Isso tudo sem deixar de soar muito atual, pronto pra ser remixado por DJS, tocar em rádios e em trilha sonoras. Ela pensou em tudo. Os destaques ficam para os excelente e estratégicamente bem divulgados singles: “Don’t Start Now”, “Physical” e “Break My Heart”. No entanto, nenhuma das outras fica atrás. Na verdade num álbum que tem “Pretty Please” e “Boys Will be Boys” é dificil escolhir favoritos.

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