Crítica – Você Nunca Esteve Sozinha

É impressionante pensar que, mesmo pouco tempo após o BBB21, Juliette continue com tanta fama e sucesso, além de cada vez mais dinheiro na conta. Por sua personalidade dentro do reality show, ela ficou marcada dentro dos fãs de televisão no Brasil e provavelmente se transformará na ex-bbb mais famosa de todos os tempos – se já não é atualmente. Aproveitando todo esse sucesso, o Globoplay resolveu realizar mais uma investida com as personas que estavam dentro da casa. A primeira foi com Karol Conká, em A Vida Depois do Tombo. Agora, a paraíbana tem para si o programa Você Nunca Esteve Sozinha, como um grande passo para o início da sua carreira musical.

Interessante analisar como o conceito empregnado para ambas as produções é relativamente parece. Porém, enquanto para a rapper curitibana tinha muito mais a ver com a relação dessa busca pelo passado, aqui se conecta mais a uma busca por entender todo o sucesso conquistado. Dessa forma, acabam sendo até bem poucos os momentos mais íntimos da personagem principal desse documentário. Juliette parece o tempo todo atarefada, realizando alguma coisa, o que faz a série até se transformar em bastante monótona. Os elementos centrais que qualquer pessoa quer saber (o entendimento sobre tudo fora da casa) parecem ser sempre deixados de lado.

Se soma a isso uma vontade constante do documentário em apenas venerar essa figura. A personagem não tem nenhuma crítica construída ao redor dela ou qualquer elemento de controvérsia dentro da casa analisado para fora. É realmente uma grande bajulação ao longo dos seis capítulos. Sendo assim, sobra muito pouco espaço para verdadeiramente compreendermos quem seria essa persona. Em todas as sequências que aparece, fica como se estivesse treinada para lidar com esse tipo de sensação. A construção de uma pessoa capaz de errar e acertar – que talvez varia até mais sentido – não fica em destaque em momento algum.

O principal elemento para relacionar o passado, presente e futuro é uma pequena sala em que Juliette vê novamente alguns instantes do BBB, além de entrar em contato com artistas de suas músicas preferidas. Sãos instantes não de uma reflexão em Você Nunca Esteve Sozinha, mas realmente uma lembrança de “melhores momentos”, quase fazendo uma autoexplicação sobre sua vitória do prêmio de R$1,5 milhão. Assim, reencontros aguardados, como o de Lucas e Gilberto, acabam por ser sempre bobos e pouco íntimos. O documentário praticamente frisa, a partir disso, que não tem um verdadeiro interesse de olhar com mais afinco para isso, buscando apenas a figura chave da obra.

Dessa forma, é até meio triste a maneira como Você Nunca Esteve Sozinha lida com a protagonista. Buscando apenas uma continuidade nesse olhar voyeur sobre a vida de Juliette fora da casa do Big Brother, é uma produção que não tem muita vontade de buscar ser algo a mais. Serve para os fãs e apaixonados pela paraíbana, visto que acaba sendo um grande jogo de amores por sua personalidade, contudo pouco sai de um trabalho bem básico. Assim, com a possibilidade do confronto e de uma busca até meio sociológica desse sucesso, tudo é feito para vangloriar a vencedora do BBB21.

Comentários

Cláudio Gabriel

É apaixonado por cinema, séries, música, quadrinhos e qualquer elemento da cultura pop que o faça feliz. Seu maior sonho é ver o Senta Aí sendo reconhecido... e acha que isso está mais próximo do que se espera.

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