Essa Luz tão brilhante: As dificuldades e a força de Lucille
Lucille, que tem apenas 17 anos, já tem mais dores de cabeças e responsabilidades do que gostaria. Seu pai foi internado e sua mãe disse que iria viajar e nunca mais voltou, deixando-a com sua irmã mais nova, Wren. Agora, além de lidar com toda a crise natural que a cerca nesse período – como o fato de estar apaixonada pelo irmão comprometido da sua melhor amiga -, ela ainda precisa arrumar um emprego para pagar as contas e fingir que está tudo bem para não perder a guarda da sua irmã. Isso tudo é Essa Luz tão brilhante.
A história em si, pode ser um pouco confusa por ter muitos assuntos ao mesmo tempo e por isso tem momentos desnecessários, como se estivessem ali apenas para preencher um espaço vazio. O romance entre Lucille e Digby – irmão gêmeo de sua melhor amiga Eden – poderia ser facilmente deixado de lado e deixar a história com o foco apenas na batalha diária das irmãs, por exemplo. Pois Digby é o personagem típico que fazem todas se apaixonarem por sua personalidade e carisma, tornando-o comum. Isso acaba por também poder se tornar um contra-ponto a essa ideia, algo pouco reforçado pela narrativa. Porém, a amizade entre Lu e Eden dá um toque especial a história. As duas se conhecem desde pequena e Eden sempre apoiou sua amiga, mesmo quando ela também precisava de ajuda.
Portanto, os pontos altos foram, sem dúvida nenhuma, a narração de Lu e Wren. A evolução das personagens, principalmente de Wren (uma menina de 10 anos que está aprendendo a lidar com a ausência dos pais) é interessante de se analisar. Já sua irmã mais velha, mostra uma força determinação incríveis ao lidar com ir a escola, trabalhar, cuidar da sua irmã e dos seus problemas também escolares, manter sua amizade e ainda enfrentar o típico drama adolescente e paixões. Sua batalha inspira e comove os que também passam por algo similar ou os que estão apenas reclamando “de barriga cheia”.
O livro é recomendado para os amantes de A Sorte do Agora e O Lado bom da Vida, ambos de Matthew Quick. A sua continuação, Sonhos em Flor, foi lançada em janeiro de 2018 e a história é narrada dessa vez por Eden, que sofreu um acidente na metade/final do primeiro livro ao voltar de um coma, tem diversas dúvidas e sentimentos reprimidos.