A Grande Guerra dos Mundos

Talvez você nunca tenha ouvido falar, mas se existe um livro que revolucionou não só o mercado de literatura da ficção-científica, mas também toda uma maneira de contar histórias e esse livro foi A Guerra dos Mundos. Escrito por H.G. Wells, essa obra contém algumas camadas maiores do que se aparenta, principalmente em termos da busca pela verdade civilização e os fracassos e de cada uma. Talvez esse autor não sabia, mas havia criado ali um clássico instantâneo, que ainda acumula fãs por toda a parte. Sendo assim, a Editora Mythos lança no Brasil a quadrinização dessa obra-prima que leva a alguns caminhos parecidos, mas também diferentes do seu material original.

A HQ inicia sua trama no começo do século 20, na Inglaterra, onde o Professor Ogilvy observa inúmeros corpos celestes cruzando os céus. Apesar de não acreditar em formas de vida alienígenas, a opinião do professor muda quando descobre que um objeto que se chocou nas redondezas não é um simples meteoro: mas sim um cilindro imenso, claramente obra de alguma civilização inteligente. Porém, estes seres não vieram trazer paz e compartilhar avanços tecnológicos com a humanidade, mas sim para erradica-la do planeta. Dos cilindros emergem as temíveis máquinas marcianas, os Tripés, dizimando tudo com seus temíveis raios da morte enquanto se espalham pela Terra.

Arte de dentro da HQ.

O roteiro aqui foi escrito por Dobbs, no qual não tem grandes trabalhos conhecidos e reconhecidos. Ele tenta quase que atualizar a clássica obra, colocando elementos um pouco mais próximos de até filmes de ação atualmente. A narrativa – mesmo que curta – parece ter um tom de peso até maior, levando o público numa jornada extremamente pessoal do protagonista. Mesmo que o livro também tenha certos diálogos contemplativos do personagem, isso nos quadrinhos acaba não funcionando tão bem, gerando momentos de pensamentos exageradamente óbvios e destoantes. Dessa maneira, uma história enxuta se transforma em algo bem mais estafante de ser lido.

Apesar desse lado negativo, é impossível não destacar a proximidade com o material fonte, diferente até do que as próprias adaptações cinematográficas conseguiram realizar. O texto parece sim ter sido feito no século 20 e o desenvolvimento acabam por se tornar extremamente divertidos, o que atrai fácil identificação do leitor. Além disso, o ideal da volta para casa também faz com que isso se torne ainda mais forte.

Em relação aos desenhos, a arte de Vicente Cifuentes (de Xena, Batgirl e Quarteto Fantástico) é absurda ao gerar o senso de adentramento naquele mundo pelo leitor. A sequência de cenas é incrível, quase se demonstrando um storyboard cinematográfico, de tão completa e detalhista que se demonstra. Faltam alguns momentos no qual a grandiosidade do seu traço menos realista pudesse surgir, mas o foco se torna mais na linha narrativa.

Capa oficial.

No fim de tudo, a adaptação para os quadrinhos de A Guerra dos Mundos adentra muito mais para o campo da diversão, do que busca qualquer questionamento filosófico mais aprofundado. Apesar disso, nada invalida o bom trabalho feito pela dupla criativa, que buscou ser o mais fiel possível do livro original que, apesar de todo o tempo, ainda será a obra mais clássica possível já feita com esse título.

Para adquirir o quadrinho, você pode comprar pelo nosso link da Amazon ou pela loja oficial da Editora Mythos.

Comentários

Cláudio Gabriel

É apaixonado por cinema, séries, música, quadrinhos e qualquer elemento da cultura pop que o faça feliz. Seu maior sonho é ver o Senta Aí sendo reconhecido... e acha que isso está mais próximo do que se espera.

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