Liga da Justiça é, simplesmente, um dos melhores filmes de heróis já feito!

Esperança. É uma palavra que parece tão em desuso nos dias atuais e cada vez mais perdida. Quem nunca ouviu quando saiu na rua “esse povo ta sem esperança”, “essa pessoa não tem mais esperança”, “não tenho esperança no futuro do povo” e outras? Mulher-Maravilha e Homem de Aço já havia mostrado que, de uma forma diferente da Marvel, a DC sabia trabalhar muito bem o que o peso dessa palavra significa. E, com Liga da Justiça, ela ressgnifica e mostra que talvez a esperança venha dos céus, talvez da terra, talvez de nós mesmos, mas ela realmente existe. Tudo isso passado em um filme absurdamente incrível e um dos melhores de heróis de todos os tempos.

Talvez esse longa se defina em apenas uma coisa, a canção que toca nos créditos de abertura: Everbody Knows, de Leonard Cohen e interpretada por Sigrid. É sensacional, inclusive, que o início do que vamos acompanhar comece com “Todo mundo sabe que os mocinhos perderam”. Porque sim, o peso da falta de Superman é sentido logo de cara, ou seja, os mocinhos realmente perderam agora e precisam procurar uma nova alternativa de vencer. Em um outro trecho da mesma canção, é alertado para os personagens “E todo mundo sabe que a praga está chegando; Todo mundo sabe que ela está se movendo rápido” e é por isso que eles devem se reunir.

A história é muito simples e extremamente direta. Lobo da Estepe está de volta à Terra, depois de muitos anos, em busca das caixas maternas que estão nos reino dos humanos, das amazonas e dos atlantis. Sendo assim, Batman, junto de Diana Prince, precisam juntar um grupo de heróis para proteger o planeta. Como dito, é uma trama bem simples e não precisa ser muito mais do que isso, porque nesse pouco se desenvolve algo absurdamente incrível

O que realmente se destaca é a reunião dos super-heróis. Não é a toa que todos os cartazes promocionais diziam “Você não pode salvar o mundo sozinho” e a faixa “Come Together” – consagrada pelos The Beatles e cantada por Gary Clarke Jr. aqui – estão em foco, já que é para isso que todos acabam querendo assistir. E isso se tem de uma forma incrível. Os diálogos ríspidos e as cutucadas que acabam formando grande parte do lado cômico do filme, e isso está longe de ser um problema, já que a DC não segue o lado de piadas sem sentido algum – elas são muito mais irônicas que qualquer outro longa baseado em quadrinhos. Esse lado vem também muito de Erza Miller, que acaba roubando a cena em diversos momentos como o Flash.

Falando em cada um dos personagens, as adições de Aquaman – feito por Jason Momoa – e Ciborgue – interpretado por Ray Fisher – fazem muito bem para a linha narrativa. Aliás, é devidamente impressionante que o longa gaste praticamente 1 hora e 20 minutos para desenvolver cada um desse grupo. E isso gera que eles tenham relevância e importância para o público, além de criar uma expectativa para terem suas próprias aventuras. As cenas de ação acabam por serem escassas por isso, mas não que seja um problema, já que as duas principais são fantásticas e criam algo novo para esse universo cinematográfico.

Muito se foi falado de um medo em relação a direção ser atrapalhada devido a refilmagens e pós-produção terem sido feitas por Joss Whedon, em vez de Zack Snyder, que comandou a maior parte, mas isso não acontece. Não parece existir uma mudança gigante aparente na exibição e o tom do longa, além das cenas, possuem bastante a cara do diretor de Batman vs Superman. E que, por sinal, funcionam bastante aqui e dão uma áurea que complementa bem com o roteiro que, mesmo com muitas tramas, não é bagunçado e nem se torna confuso.

Em relação a sua parte técnica, o longa continua muito bem. Na fotografia, os trabalhos de cores mais saturadas com menos cria um contraste visualmente muito interessante, além do visual colorido dos heróis também contrastar com o escuro da cidade. A trilha sonora – feita por Danny Elfman – contribui muito para emergir o telespectador no nível épico e, ao mesmo tempo, simples da trama. Em alguns momentos ela se sobressai de uma maneira incrível, podendo fazer alguns até se emocionarem.

Liga da Justiça é, sendo assim, uma obra cinematográfica incrível, mas é muito mais que isso. É um deleite absurdo para os fãs da DC, é sobre o medo que vivemos nos dias atuais e também é sobre como se fazer histórias incríveis e inovar no cinema de heróis. Ele chega aos cinemas já entrando na história.


Agora algumas observações:

  1. O filme possui duas cenas pós-créditos. A primeira é uma brincadeira, já a segunda é importantíssima para o futuro da DC nos cinemas.
  2. Reveja algumas ideias e cenas marcantes de Batman (1989), Superman (1978), Jovens Titãs (2003-2006) e Liga da Justiça (2001-2004). Leia também alguns quadrinhos como A Guerra da Trindade, Justiça, Superman e Batman: Melhores do Mundo e Os Maiores Super-Heróis do Mundo. Seja antes ou depois do filme.
  3. Por fim, preste bem atenção, porque esse filme têm MUITAS referências.
Nota:
  • Liga da Justiça
4.5

Resumo

Liga da Justiça é uma grande resposta para quem estava criticando a DC no cinema, ao mesmo tempo que é a continuação de uma ideia iniciada em Homem de Aço. É quase a conclusão de um primeiro ato de uma saga incrível, que está para se inciar. Apesar de um problema em relação ao CGI e o vilão masas, muito mais que isso, é um filme realmente incrível.

Comentários

Cláudio Gabriel

É apaixonado por cinema, séries, música, quadrinhos e qualquer elemento da cultura pop que o faça feliz. Seu maior sonho é ver o Senta Aí sendo reconhecido... e acha que isso está mais próximo do que se espera.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *