Quem foi Rudy Ray Moore, o Dolemite?

Existe um grande debate para quem foram os fundadores do hip-hop/rap. Além disso, também existe um intenso embate sobre quem promulgou o blaxploitation, na qual trazia filmes de negros em um cinema policial. De toda 31forma, ambas as partes tem algo em comum: Rudy Ray Moore. Morto em 2008, ele era um dos maiores nomes culturais negros nos Estados Unidos. Não só era como é, visto que seu talento gerou uma grande inspiração para todo um trabalho futuro. Moore pode não ser o responsável direto pela fundação de nenhum dos dois elementos citados acima. Contudo, foi dele um fundamental passo para que esses se transformassem no que são.

O americano nasceu no ano de 1927, na cidade Forth Smith, no estado de Arkansas. Ele havia tentado de tudo em seus anos anteriores. Desde fazer stand-ups até ser vendedor, músico e mais. Entretanto, a mistura de diversos desses elementos deram origem a sua estrondosa carreira. Dessa forma, ele buscou juntar o lado comediante e musical em um só, trazendo um álbum com um show de piadas, além de uma parte musical por trás – isso faz recordar de algo? Em 1959, então, ele iniciou o sucesso. Fazendo o disco Below the Belt, com a estrutura comentada antes, Rudy trouxe algo extremamente inovador e único para o período.

Cena de Dolemite (1975)

Ele começou a lançar diversos trabalhos em sequência, lotando salões e casas de show. O maior estouro durante essa época foi Eat Out More Often, de 1970. Período de lançamento esse similar ao trabalho do DJ Kool Herc em uma festa no Bronx e da divulgação da música “Rapper’s Delight”, do Sugarhill Gang. Para os que não entenderam, essas são as outras origens consideradas do rap, na qual tiveram influências umas com as outras. A enfervescência cultural da comunidade negra, após os protestos por direitos na década de 60, causavam um novo olhar a essa população.

Em Eat Out, ainda, Moore deu origem ao seu personagem mais marcante: Dolemite. Aparecendo meio de relance durante a produção do CD, a persona era um cafetão, na qual sempre andava muito marcado pelas roupas, cheio de mulheres e com o nome inspirado no mineral dolomita, devido a como era brilhante. O artista havia achado aquele conceito interessante de explorar algo mais particular. Por isso, em certo dia, ao conversas com alguns de seus amigos, teve a ideia de transformar Dolemite em um filme próprio, gerando de vez diversas características do hoje chamado blaxploitation.

Trilha sonora própria – e marcante -, cenas de sexo, perseguições, relações do mundo do crime, investigação policial e mais. Se Shaft, de 1971, talvez havia sido o grande popularizador desse subgênero, foi com Dolemite, de 75, que ele assumiu faces mais engraçadas, por assim dizer. Reunindo uma equipe com pouca experiência em trabalhar com cinema, além de não ter medo de assumir um lado ridículo, o longa ficou extremamente marcado dentro do DNA americano. Ele ainda repetiria o papel, mas sem o mesmo sucesso, outras 5 vezes, contudo de formas diversas. Apesar disso, Rudy virou uma grande celebridade por conta dessa criação, pelo seu estilo até bastante único, na qual virou uma tendência nos Estados Unidos.

Eddie Murphy como Rudy Ray Moore em My Name Is Dolemite (2019)

Todos esses elementos transformaram Rudy Ray Moore em um grande ícone da cultura negra americana. Apesar de muitas vezes ser esquecido em lembranças mais contemporâneas, toda sua influência permanece algo inegável até os dias de hoje. Essa história tão fascinante ainda rendeu uma cinebiografia, intitulada de My Name is Dolemite, com Edddie Murphy o interpretando. Gostando ou não, Rudy Ray, definitivamente, dominou e marcou a história dos Estados Unidos. Restou apenas do país uma memória e celebração pelo seu inestimável – e sexy – valor.

Comentários

Cláudio Gabriel

É apaixonado por cinema, séries, música, quadrinhos e qualquer elemento da cultura pop que o faça feliz. Seu maior sonho é ver o Senta Aí sendo reconhecido... e acha que isso está mais próximo do que se espera.

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