Séries baseadas na obra de Stephen King

Sendo totalmente reconhecido pelo seu trabalho dentro da literatura, Stephen King ganhou mais força através de suas adaptações cinematográficas. Desde o final dos anos 1970, o escritor fornecia material para as telonas, que vão desde Carrie, A Estranha (1976), O Iluminado (1980), Christine, o Carro Assassino (1983) chegando até o mais recente It: Capítulo Um (2017). Entretanto, apesar de muitos não terem maior conhecimento, King também possui uma vastidão de adaptações para séries de TV. E isso tudo tendo sido iniciado em um período bem próximo ao início da sua força nos cinemas, por volta do final dos anos 70 e os 80, com o terror atingindo um de seus auges.

A primeira a iniciar essa trajetória foi Os Vampiros de Salem´s Lot, mais conhecido pelo seu título original de Salem’s Lot. Apesar de surgir em um período onde seriados duradouros e franquias cinematográficas estavam no auge, Os Vampiros foi uma minissérie. Baseada no livro homônimo de 1975, a produção estreou em 1979 na CBS.  Contendo apenas dois episódios – em que contabilizavam ao total 184 minutos (pouco mais de 3 horas) – ela foi originalmente exibida nos dias 17 e 24 de novembro, nos Estados Unidos. Como era tratado de uma adaptação de um dos maiores nomes da literatura de gênero naquele período, US$4 milhões foi o orçamento estimado e para a direção foi chamado Tobe Hooper, conhecido por ter feito O Massacre da Serra Elétrica (1974).

Cena de Golden Years (1991).

Demorou para o autor retornar ao audiovisual. Ele teria um roteiro original seu transformado em seriado sob o título de Golden Years, em 1991. Novamente sendo uma minissérie, dessa vez com 7 episódios, a produção não deu muito certo, assim como boa parte das suas adaptações durante os anos 90. Os Estranhos apareceu em 1993, A Dança da Morte em 1994, Fenda no Tempo em 1995. Todas as três – minisséries também, diga-se de passagem – sem relevância quase alguma ou impacto realizado a partir de então. Stephen King – ainda com a sombra das lembranças de anos passados – parecia estar um pouco ‘fora de moda’.

Buscando um projeto um pouco mais pessoal, ele realiza a segunda adaptação de O Iluminado, dessa vez em uma tentativa de trazer algo mais próximo ao material original. É importante lembrar aqui como ele não apreciava em nada o filme de 80, feito por Stanley Kubrick, que virou um marco no cinema de terror. Nessa produção de 1997, 3 episódios foram realizados contendo, ao total, 273 minutos (quase 5 horas). Nesse experimento um pouco mais ousado e arriscado, a recepção mediana por parte da crítica e do público fizeram uma nova desanimada tomar a frente.

O chamado mestre do horror, então, viu uma continuidade de obras televisivas sendo feitas a partir de seu material, todas sem causar nenhum grande estardalhaço. Trucks – Comboio do TerrorA Mansão MarstenNightmares and DreamscapesSaco de Ossos, Haven e outros roteiros originais. Contando até o ano de 2010, talvez a única com alguma relevância tenha sido A Zona Morta, que durou de 2002 até 2007, contendo 6 temporadas e 80 episódios na bagagem. Mesmo o livro The Dead Zone já possuindo uma estadia pela sétima arte – no ano de 83 – esse seriado foi totalmente divulgado pelo USA Network. Não houve um verdadeiro grande impacto, contudo foi uma renovação necessária.

Cena da minissérie de O Iluminado (1997).

Mesmo passando por essa quase ‘década perdida’ (ou décadas, por assim dizer), King voltou a ser relevante no mundo da séries durante os anos 2010. Apesar de ter havido alguns altos e outros baixos, seu nome voltou a ganhar destaque pelo público e pela crítica, inclusive com lançamentos frequentes de livros e contos. Ele foi amplamente divulgado na adaptação de Under The Dome, baseada em um livro seu de 2009. Lançada pela CBS entre os anos de 2013 e 2015, não houve um sucesso instantâneo, todavia serviu para apresentar o autor a uma nova geração, em um período em que os serviços de streaming começam a ganhar força.

A minissérie 11.22.63 e as séries Big Driver e O Nevoeiro ainda retomaram públicos e levaram para novas pessoas. O fato de serem bastantes diferentes entre si ainda ajudou mais a essa proliferação da capacidade de escrita do autor americano. Essas ainda deram um certo respaldo e espaço para a divulgação dos dois seriados seus de maior destaque na atualidade: Mr. Mercedes e Castle Rock. A primeira busca quase andar com as próprias pernas, incluindo duas temporadas com 20 episódios no currículo, até agora. A segunda é um trabalho bastante original, sem realmente adaptar algo de Stephen diretamente. Ela busca referenciar toda sua realização para criar um universo particular, com aparições de personagens criados por ele.

Cena de Castle Rock.

Mesmo não sendo regular, a trajetória de Stephen King não teve sucesso ou foi sinônimo de destaque apenas nos cinemas. Em períodos do ápice da sua produção escrita e adaptações fílmicas, os seriados viveram um grande auge e vice-versa. O período atual retoma o artista, especialmente pelo sucesso provocado por It em seus dois longas. Que estamos testemunhando uma espécia de auge, não há dúvidas. Porém, por quanto tempo pode durar? Difícil responder isso. Entretanto, logo sabemos que o mestre do horror estará na boca de todos muito em breve.

Confira nossa crítica de It: Capítulo Dois aqui.

Comentários

Cláudio Gabriel

É apaixonado por cinema, séries, música, quadrinhos e qualquer elemento da cultura pop que o faça feliz. Seu maior sonho é ver o Senta Aí sendo reconhecido... e acha que isso está mais próximo do que se espera.

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