Totalmente online, CCXP faz o possível para se manter com destaque em 2020
Durou 3 dias e acabou, em vez dos 4 dias tradicionais. Foi assim que ocorreu a CCXP Worlds 2020, a famosa Comic Con Experience em uma formato inteiramente novo – indo para o modo online. Devido a pandemia do coronavírus, que impediu a realização também das convenções pelo mundo, o evento tentou se adequar a essa realidade trazendo um pouco do sentimento que é estar nele. Esse, talvez, parece ter sido o principal objetivo da organização ao tentar trazer os diversos painéis, além de famosos espaços da convenção (como o caso do Artists’ Alley, que nesse ano se chamou Artists’ Valley).
Com as problemáticas ao longo do ano, o grande evento almejado pelos outros como sinônimo de perfeição foi o DC Fandome. A realização da Warner trouxe novidades, curiosidades, além de uma forma de manter os fãs não apenas se divertindo com as conversas, mas também curiosos pelo que viria pela frente. É até triste pensar que o painel mais decepcionante da feira tenha sido da mesma Warner, mas isso não vem tanto ao caso. Assim, outras produções ao redor do mundo se inspiraram nos conceitos plantados ali, como até o caso da San Diego Comic Con. Acima de tudo, o público está faturado das lives e mais lives que acontecem, por isso a busca é fazer com que as conversas não tenham essa ideia, e sim uma troca.
Nesse conceito, é até possível dizer que a CCXP teve sucesso. Olhando o chat da convenção, não foram poucos os momentos de empolgação ao ver determinado artista, especialmente na tentativa de mostrar sobre o que algumas séries ou filmes irão ser, por exemplo. Destaco o painel da Amazon, que trouxe novidades, contou detalhes sobre os seriados que virão, além de não deixar de ser gostoso de acompanhar a conversa. Da mesma forma, o de Monster Hunter também se mostrou uma mistura de expectativa para o longa, sem deixar de fora a busca por risadas e satisfação por parte dos fãs. Claro que um ou outro pode não ter trazido realmente nada de interessante, porém a maioria fez ao menos o que se propôs.
A experiência desse “mundo virtual” feito em um formato de game, todavia, acabou ficando um pouco confusa. Além disso, o acesso também pareceu mais complicado do que deveria. Obviamente são erros até normais, dentro de uma produção que teve de ser feita em tempo recorde – foram cerca de 4 meses. A busca por pensar no formato, convidar os estúdios e mais, é uma tarefa extremamente árdua que a Comic Con Experience merece todos os aplausos por ter conseguido fazer a tempo. Dentro disso, também coloco as procuras por conteúdo dentro do Artists’ Valley, que são um tanto quanto mais complexas que parecem de cara. Mesmo assim, olhando um pouco mais já é possível compreender – é algo mais aceitável. Entretanto, tudo realmente poderia ser facilitado. Esperando que não haja uma próxima vez, é uma experiência adicionada para a organização.
Outro destaque que devo dizer foram as legendas. Talvez essa tenha sido a maior das reclamações, especialmente por boa parte dos painéis esperados já estarem gravados antecipadamente. Faltou uma tentativa de já trazer a legenda pronta, em vez daquela feita na hora como no evento. Em muitos instantes, isso acabou falhando, demorando a aparecer, e trechos de até quase 10 minutos ficarem sem entendimento para aqueles que não compreendem inglês.
Pulando essa parte, é preciso aplaudir de pé a quantidade de atrações, convidados e variedades que a CCXP conseguir idealizar. Nomes como Neil Gaiman fariam qualquer convenção, de forma presencial, ir a loucura, além de Pedro Pascal, Gal Gadot, e grandes realizadores dos quadrinhos como Tom King, Dave Gibbons, Garth Ennis e mais. Ficou até uma grande vontade que tudo isso tivesse acontecido ao vivo, só para ter a oportunidade de ver isso tudo na nossa frente. A pandemia, infelizmente, atrapalhou tudo. Nesse “se vira nos 30”, a organização da CCXP Worlds fez o que foi possível para mandar o evento relevante e ainda curioso em 2020. Que venha 2021, com uma vacina, por favor.