Coluna do Pedro | REACT escrita do novo álbum da Ava Max

Ava Max é uma promessa do pop, que vem trazendo burburinhos para fãs do gênero. Ela surgiu com uma estética que queria se mostrar diferente e animou um cenário, em que eu sentia falta de cantoras com uma presença marcante. 

Euzinho, sinceramente, sempre fiquei com um pé atrás, mas isso é pelo simples fato de ser CHATO. Achava uma forçação de barra e que queriam enfiar goela abaixo essa menina. Não que seja parte do clubinho de pessoas que desgostam de algo por estar no hype. Pelo contrário, se tá no hype eu quero mais é fazer parte dele e entender o que está rolando. Porém, os comentários envolta dela simplesmente me desagradaram e perdi o interesse. 

No entanto, Ava surgiu com seu álbum de estreia faz um tempo e fiquei bastante relutante a ouvir, sendo sincero. Ia deixar passar. Mas, resolvi dar uma segunda chance para ela e embarcar de vez nesse hype (ou não). 

Eu entro nessa jornada com as seguintes informações

  • Ela é sempre sendo comparada com a Lady Gaga e todo mundo dizendo que ela vai ser a próxima Gaga (acho que isso que é o que me deixou com mais bode, eu sempre odiei conhecer cantores que aparecem com todo o marketing sendo O PRÓXIMO FULANO).
  • Tem uma música chamada “Sweet but Psycho”, que eu ACHO que gosto, mas posso só estar confundindo com a da Manu Gavassi
  • Tem outra música chamada “Kings & Queens”. Nunca ouvi, mas acho que hitou no TIk Tok
  • Ela hitou no Tik Tok 
  • Ela tem algum clipe que tem umas pernas ou mãos mecânicas tipo aranha (???? será que é ela?)

É isso. Vamos lá, abri o Spotify, o Genius, vou dar play e tecer primeiras impressões.

Disco 1 

“H.E.A.V.E.N.” – Eu sou fã de introduções. Gostei bastante dessa. Me anima para ouvir o que vem pelo disco. Não é nada original, me lembrando um pouco até Melanie Martinez, entretato sem ser igual e o instrumental me instiga demais para a próxima. 

“Kings & Queens” – Tomei um susto (kkkk). É bem legal, a batida é divertida e eu consigo me imaginar entrando na boate com isso tocando enquanto compro uma bebida cara. A letra é do viés hino feminista que toda cantora pop precisa ter, mas sem nada muito marcante. Apesar de divertido, o instrumental não ajuda à chegar nesse objetivo. Tem a cara do RedOne todinha nela, não foi surpresa descobrir que ele era o produtor. No mais, é bem legal.

“Naked” – Desde o começo bem cansativa, dando uma sensação de que estava demorando muito para chegar no refrão e, quando chegou, não foi nada demais. A letra é bem brega e meio simples demais para o que ela promete. 

“Tattoo” – Meu Deus!!!!!!!!! O começo dessa, o instrumental… Os sintetizadores!!!! Não posso ouvir músicas que tenham isso que eu já viro cadelinha. Ela tá começando a me ganhar aqui. (PS: Quantas músicas vocês já ouviram falando que gravou a pessoa no coração como uma tatuagem? Eu consegui pensar em 3 em poucos segundos. Sei lá né?).

“OMG What’s Happening” – Essa é bem legal, mas parece um grande descarte da Sia, que passou pra Selena Gomez, que passou para Camila Cabello, e que aí chegou na Ava. Mas é bem cativante e dá vontade de cantar gritando. 

“Call Me Tonight” – Ela começa muito bem aqui, a música vai crescendo e indica que vai explodir no refrão, com um batidão eletropop bem anos 2000. Mas não, acaba morrendo num refrão fraco, que decepciona depois da faixa anterior. 

“Born to the Night” – Adoro músicas que começam com onomatopeias e o sino introduz bem o tema da faixa. Aqui é mais um caso de uma que tinha potencial pra ser gigante e ter um refrão estrondoso, no entanto fica sem força. A letra é bem legal, apesar de mais do mesmo. Com um instrumental mais forte teria me ganhado fácil. Fica apagada só com a memória de OMG. 

“Torn” –  Fechando a primeira parte, é de fato a melhor depois de “Tatto”. Dando orgulho a todas as cantoras que transformoram os anos 2000s no que foram musicalmente, Ava consegue fazer uma boa música pop. 

Disco 2 

“Take You to Hell” – Abrindo a segunda parte, essa canção já é superior à todas anteriores. Tem um refrão que deve ser ótimo de fazer coro num show e notas altas que adicionam uma parte do que estava faltando.  Se esse é o inferno, ficarei feliz de abraçar o capeta.  

“Who’s Laughing Now” – Eu não sei qual a associação que existe entre usar preto e estar mais forte que antes, mas parece que para Ava faz todo sentido. Um pop que é levemente influenciado pelo reggae, porém que se perde em uma letra boba e sem graça. Ai essa Ava me ganha com uma música e na seguinte ela me decepciona. Será que estou gostando?

“Belladonna” – É DISSO QUE EU ESTAVA FALANDO!!!!!! Tudo on point!!!! SIMMM!!! Eu amei!!! OS WHISTLES!!!!!

“Rumors” – Gente, O GIGANTE ACORDOU!!! Boa para dançar, cantar, ela é completinha e é perfeita para seguir “Belladonna”, sem fazer o ritmo cair e preparando terreno para o encerramento de uma excelente forma. 

“So Am I” – Não lembrava, todavia essa eu já tinha ouvido e gostado. Se encaixou muito bem aqui, sendo bem coesa. Mais uma vez, tenho um certo problema com a letra. Parece perfeita para um musical original Disney Channel, tendo uma mensagem clichê e passada de forma superficial. 

“Salt” – Essa foi um acerto. É bem divertida e parece ser uma boa opção para o estagiário da academia do bairro colocar pra tocar quando todos os aparelhos estiverem cheios. 

“Sweet but Psycho” – A maior da carreira até agora, é inegável que é um hit e que mereceu. Sendo um pop bem feito, Ava finaliza o disco bem, agrupando toda a essência do álbum em uma faixa só, o que é interessante  – considerando que esse foi o primeiro single. 

Acho que é isso. Acho que eu ganhei uma certa simpatia por ela, no final das contas. Com certeza termino esse élbum com a certeza que Ava Max está fazendo um bom trabalho e seguindo a cartilha do pop meticulosamente. Na real, acho que essa é a minha maior crítica e meu maior problema: não tem personalidade ou individualidade. Ela tinha as referências (divas pop e eletropop dos anos 2000/2010), tinha a voz, tinha um visual interessante, mas não teve uma individualidade ou algo marcante. Em praticamente todas as canções eu senti falta de um força, algo grande. Tudo foi tão controlado e tão feito perfeitamente que ficou sem alma, apesar de legal e divertido. Não é nada absurdo ou ruim, só é algo que passa despercebido. Principalmente com todas as composições fracas.

É interessante o conceito de que o Disco 1 é o lado Heaven e o Disco 2 é o lado Hell, porém as músicas são bem coesas entre si ,e não existe um real motivo nas faixas para tal divisão, além do fato de querer criar um conceito. 

Acredito que os próximos trabalhos de Ava talvez venham com mais personalidade ou que tenham uma mensagem mais forte. Os visuais e os clipes são um grande auxílio para o pop e, muitas vezes, ajudam à música, mas eles sozinhos não sustentam. É entendível todo o hype em cima dela, pois traz um nostalgismo com um visual bacana. Mas ainda falta muita coisa pra ela se consolidar ou ainda chamar mais atenção. 

Agora eu entendo todas as comparações com a Lady Gaga. Realmente, esse álbum seria perfeito caso a Disney estivesse pensando em produzir um musical inspirado na cantora. 

Confira outros texto da coluna aqui.

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